sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

INSS F. C.


INSS F. C. – por Moacir Poconé

Está se tornando uma regra: ex-grandes jogadores, após encherem o bolso de dólares e euros, retornam ao Brasil na tentativa de continuarem jogando. Alguns, vencidos pela idade; outros, para uma espécie de recuperação. Uns, voltam aos times que os projetaram; outros, aparecem em times com os quais não tem nenhuma identificação, como solução da temporada.

O último desses casos foi o do meia Rivaldo. Sem dúvida, um dos grandes nomes do passado recente de nosso futebol. Eleito melhor jogador do ano em 1999 pela FIFA e grande responsável pela conquista de nosso pentacampeonato em 2002. Um craque, muito talentoso, embora não fizesse tanto sucesso como outros devido a sua timidez. Mas sabia o que fazer no meio de campo em um jogo de futebol. Percebam, caros leitores, o tempo verbal usado: sabia. Hoje não se pode afirmar o mesmo. Não que Rivaldo tenha desaprendido o que fazer com a bola. O problema é o tempo. O jogador tem 38 anos, idade considerada avançada para um jogador de futebol. Além disso, teve passagens obscuras pelo futebol grego e uzbeque (isso mesmo: do Uzbequistão. Sabiam que lá tem futebol?). Como poderia, atualmente, ser o salvador do meio-de-campo de um time sempre tão competitivo como o São Paulo? Não se sabe. Somente o tempo dirá se a contratação foi acertada ou não.

Mas como dissemos, está se tornando uma regra em nossos futebol. Recebemos ex-jogadores em atividade em nossos campos. Nos últimos anos, tivemos Roberto Carlos e Ronaldo no Corinthians, Felipe no Vasco. Ainda mais, Ronaldinho Gaúcho e Adriano no Flamengo, Robinho no Santos e por aí vai. Os três primeiros citados são aposentados por tempo de serviço. Os três últimos, por invalidez. Todos estavam muito mal lá fora e voltam trazendo apenas o nome para poderem jogar em nosso futebol. Alguns, inclusive acabam se destacando, como foi o caso de Adriano, campeão brasileiro em 2009. Mas se trata de uma exceção. O normal é ver o jogador se arrastando em campo, mal podendo com as próprias pernas. Joga apenas com o nome e com a lembrança do jogador que foi um dia. Espera-se sempre que num lance, surja o lampejo do gênio, embora a parte física no futebol de hoje se sobreponha de forma avassaladora sobre o talento. E aí começam a surgir as dificuldades, com contusões, falta de ritmo e consequentes críticas dos torcedores.

Nesse contexto, o técnico da seleção Mano Menezes na última convocação para o jogo contra a França mostrou preocupação com esse cenário. Segundo ele (e com razão) era preciso ter cuidado, pois os veteranos estão ocupando lugar de possíveis promessas do nosso futebol. É verdade. Mas o torcedor se ilude muito facilmente com essas contratações, pois vêm a sua mente as belas jogadas, os golaços que esses jogadores fizeram. Torcedor não usa a razão e sim a emoção. Até o instante em que ele retome a consciência, os velhinhos e os inválidos desfilarão em nossos gramados.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ainda o Big Brother...


AINDA O BIG BROTHER... – por Moacir Poconé

O Big Brother Brasil está em sua décima primeira edição e nunca se teve tão claramente a certeza de que o programa mais comentado nos inícios dos anos na televisão brasileira já deu o que tinha que dar (no bom sentido
, é claro!).

A presença de uma transexual, assunto já comentado por meu amigo Vicente, parece ter sido a última tentativa de trazer algo de novo aos espectadores. Fortões abobalhados, gostosas seminuas, gays indiscretos, sempre as mesmas caricaturas de pessoas se revezando em provas de sorte e de resistência. Paredões, big fone e outros elementos aparecem para tentar acrescentar algo de novo. Esse ano há um tal de “sabotador”. Pura besteira. Tudo continua do mesmo jeito. Sempre gerenciado pelo filósofo de botequim Pedro Bial, que nos brinda com pérolas como essa frase dita no BBB 8: "Vocês são indivíduos, com toda a complexidade que isso implica. Cheios de incoerências, de contradições, de buracos negros, de supernovas". Que coisa, não?

Mas por que a audiência continua alta? Por que as pessoas teimam em assistir o mesmo programa todos os anos? Acredito que somos mais voyeurs do que se pensa. Queremos sempre saber o que o outro está fazendo. E na televisão melhor ainda. Esperamos por brigas, conflitos, desavenças, tudo isso temperado com uma dose forte de erotismo. E a produção do Big Brother sabe como fazer esse tipo de intriga aparecer. As festas que ocorrem às quartas e sábados são regadas a muita bebida alcoólica, o que faz com que os participantes extravasem seus sentimentos mais escondidos. E, como num circo de horrores, a galera aplaude, vendo casais embaixo do edredom ou alguém xingando gratuitamente o outro. Torce-se para que isso ocorra. Mas os participantes já estão escaldados, sabem o que devem fazer para serem ou não eliminados. E aí se perde o sentido de jogo.

Quantas edições ainda teremos do Big Brother? Não arrisco dizer. Mas a sensação que se tem é que já acabou há alguns anos e está passando no horário errado. Deveria ser à tarde, no “Vale a pena ver de novo”. Não. Acho que não seria uma boa idéia. A Globo poderia ser processada por propaganda enganosa, pois não há nada que valha a pena rever no programa.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Preconceito, tabu ou saco cheio? Saco?


PRECONCEITO, TABU OU SACO CHEIO? SACO? – por Vicente Bezerra

O pau tá quebrando por aí. As chuvas arrasando parte do Rio de Janeiro, Minas também sofrendo com as enchentes, o Banco Central aumentando a taxa de juros, o Vasco perdendo na estréia do estadual, deputada Americana toma tiro, Ahmadinejad e sua piração, Batisti fica, humorista Shaolin sofre acidente, Sheila Carvalho vira loira e Moacir Poconé escreve um texto pegando pesado.

Muita coisa acontecendo e esse texto vem trazer à baila uma amenidade: a eliminação de Thiago da Silva Arantes, do Big Brother 11. Thiago, conhecido pelo Brasil como Ariadna.

Não sou dado a esse tipo de programa. Na verdade, até assisti os primeiros, mas da quinta edição pra cá, não vejo. Acompanho “en passant”, “por cima”. E do pouco que vejo, percebo que a cada edição o apelo sexual aumenta, a sensualidade, os palavrões, as sugestões estão mais presentes. A edição 12, no passo que vai, terá sexo explícito. À medida que as edições foram avançando, percebo também que a colocação de participantes homossexuais e bissexuais aumenta. O que era sugestão, enrustido, agora é incentivado. Nada contra qualquer um e suas opções sexuais - agüenta o peso quem quer – mas é um programa que tem chamadas nos mais diversos horários, atraindo a atenção das crianças para tal. Mas volto ao tema.

Ariadna é o(a) primeiro(a) participante a chamar mais atenção antes da “zorra toda” começar. De antemão já se sabia que ele(a) (tá bom, paro com a brincadeira) era um transexual, uma pessoa que mudou de sexo cirurgicamente. E isso foi um chamariz e tanto para a combalida e repetida fórmula dos BBBs.

A bela morena andrógina entrou com tudo no programa. Saiu dando selinhos e abraços nos homenzarrões, empatizando com os gays e simpatizando com as meninas. Insinuou e se pôs à disposição dos marmanjos sedentos, mas manteve seu segredo. Estratégia? Dela ou da Globo? Ariadna foi uma peça estrategicamente colocada pela Globo para “causar”. Talvez até sem o conhecimento da mesma, o que se deduz pelos momentos em que se via “aperreada” com a sua situação, de não revelar-se por medo ou por imposição de Boninho. Aos poucos soltou uma coisinha ali (quando disse que tomava hormônios) outra acolá (como quando revelou ter sido garota de programa na Itália, revelação esta inclusive meio artificial).

O Brasil é um país religioso. É preconceituoso também, embora venha avançando. E a homossexualidade, bissexualidade, e no caso de Ariadna, a transexualidade, ainda são tabus na nossa sociedade. Mas não foi isso que a eliminou. Os telespectadores não são bobos e perceberam o papel dela ali. A Globo quis chamar atenção, ser comentário de experts na TV e internet, ver defensores da causa gay na mídia defendendo a pupila do programa, além da própria Ariadna se esfregando com os machos da casa, para incutir na população a dúvida: será que ele vai pegar ela ou não? Não deu certo. A superexposição da morena foi o seu fracasso. Encheu o saco. O nosso claro.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Onde estás que não respondes?


ONDE ESTÁS QUE NÃO RESPONDES? – por Moacir Poconé

No século XIX, o poeta baiano Castro Alves em seu célebre poema “Vozes d’África” perguntava: “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” Era a indignação do artista com a existência da escravidão no Brasil. Não podia conceber como deus permitia que pessoas vivessem como escravas, subjugadas a outras.

A mesma pergunta para uma outra situação pode ser feita atualmente. Onde está deus que não responde aos gritos, ao choro, ao sofrimento das famílias das mais de seiscentas pessoas mortas no Rio de Janeiro nessa última semana? Como pôde o ser supremo permitir que tal tragédia acontecesse, ainda mais provocada por forças da natureza (que estão sob o seu domínio, dizem), matando homens, mulheres e crianças? Seriam todas as pessoas pecadoras e estariam pagando por isso, tal como em Sodoma e Gomorra? Ou estaria Deus apenas cansado e, num breve cochilo, a tragédia acontecera? Nunca saberemos. São perguntas perdidas no tempo e no espaço.

As pessoas mais religiosas se apressarão a responder que a culpa é do homem, por ter construído suas casas nas encostas do morro. O tal do “livre-arbítrio”. Pode-se até aceitar. Mas como pensar que, sendo deus onisciente, portanto sabedor de todas as coisas (como dizem as pessoas), permitiu que chovesse de tal forma naquela região? Não sabia ele dos riscos que a chuva poderia causar àquelas pessoas? Ou será que quis mostrar aos homens que é ele quem manda e é ele quem determina todas as coisas? O mais curioso é ver os depoimentos dos sobreviventes que após perderem seus entes queridos dizem ainda que somente deus pode ampará-los nesse momento difícil. Num certo parâmetro, é a clássica cena do assassino consolando a família da vítima, enquanto ela jaz no caixão.

Em verdade, vos digo: deus está fora disso. Aliás, está fora de tudo. Vive apenas na mente das pessoas que necessitam acreditar em algo para dar sentido a sua vida. E não percebem que o seu caminho seria bem menos penoso e muito mais leve sem a existência de tal criatura. Por isso não há resposta para a pergunta inicial. Não há quem a responda.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A volta do dentuço

A VOLTA DO DENTUÇO – por Vicente Bezerra

Um dos assuntos mais falados nos últimos tempos, a volta de Ronaldinho Gaúcho ao futebol brasileiro tem dado o que falar. Quando foi noticiada a possível volta do craque ao Brasil, começaram as especulações: o Grêmio se interessou, planejou, anunciou e não levou. O Palmeiras apareceu também, mas seus jogadores também fizeram aparecer a realidade dos salários atrasados. O Corinthians esbravejou, e mostrou interesse. O Flamengo apareceu também com uma proposta forte, contando como forte aliada a noite carioca. O XV de Piracicaba... bom, o XV não tem nada a ver com a estória.

Os tricolores gaúchos alardearam a contratação do dentusco (em alguns lugares do nordeste se fala assim – deve ser pra enfatizar a feiúra), programaram festa e tudo mais. Esqueceram de dois detalhes básicos nos negócios do futebol: o sigilo e a confiança com quem se trata. E pelas notícias que correm, Assis (foto), ex-jogador, irmão de Ronaldinho e dublê de empresário, não foi dos mais confiáveis. Comenta-se que Assis teria fechado com três times, Grêmio, Flamengo e Palmeiras, enviando pré-contratos e feito leilão do irmão. Lamentável. O Grêmio pagou com juros a entrega de jogo no fim do brasileirão de 2009. O Flamengo levou a melhor, de novo, desta vez à vera.

Do outro lado, o Corinthians demonstrou interesse, como foi dito pelo tresloucado Andrés Sanches (foto), presidente do “timão”. Sanches ofertou pela imprensa, o maior salário a Ronaldinho, com uma ressalva: ele não procuraria o jogador e sim Gaúcho que deveria procurar o alvinegro. Não se tem notícia nos negócios do futebol de um jogador do porte do “dentuço”, ficar a bater nas portas dos clubes, se oferecendo. O clube é que demonstra o interesse. Claro que foi uma bravata de Sanches, sem graça, claro.

O desejo do Palmeiras, como se diz, morreu na praia. De Ipanema. Mais precisamente no posto nove. Kléber, o gladiador, pôs a “boca no trombone” e falou em salários atrasados.

Eis que veio o Flamengo e levou. Demonstrando interesse desde o começo, o rubro-negro vem costurando o acordo desde o primeiro momento. Do ponto de vista do marketing, foi uma jogada de gênio. O Flamengo estava com a imagem bastante arranhada pelos episódios “Caso Bruno”, as peripécias de Adriano na favela, Vagner Love e os traficantes, além da pífia campanha de 2010. O rubro-negro alavanca sua imagem na mídia e a venda de seus produtos. Essa mina, se bem usada, poderá render ótimos frutos.

Do ponto de vista do futebol, paira uma interrogação. Ronaldinho há muito tempo alterna partidas geniais e jogadas belíssimas com partidas sonolentas e apresentações burocráticas. Pouco se lembra do que fez de realmente produtivo no Milan. E tem a fama de jogar bem “quando quer”. Resta saber se a opção pelo Flamengo foi futebolística, financeira ou baladeira. Mas que a libido alterada e descontrolada das cariocas (segundo vende uma série recém encerrada da Globo) deve ter contribuído, isso com certeza!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O melhor filme de... Tom Hanks

O MELHOR FILME DE... TOM HANKS – por Moacir Poconé

Tom Hanks é um dos grandes astros do cinema mundial. A simples presença de seu nome num filme é certeza de grandes bilheterias. Para se ter uma ideia, entrou para o Livro dos Recordes pela participação de forma consecutiva em sete filmes que arrecadaram mais de cem milhões de dólares.
Além desses números, Tom Hanks é um grande ator. Começou sua carreira ainda nos anos 80, fazendo comédias sem maior repercussão. Começou a ter reconhecimento com o filme Big – Quero ser grande, pelo qual foi indicado ao Oscar pela primeira vez. Não venceu, mas se torna na década de 90 o segundo ator na história a receber o prêmio por dois anos seguidos, com os filmes Filadélfia e Forrest Gump. Sua produção aumenta ano após ano, com destaque para os filmes Náufrago, Prenda-me se for capaz, Estrada para a perdição, O terminal, dentre outros.
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"Mamãe sempre dizia que a vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar".


"Posso não ser inteligente; mas sei o que é amar..."


"Corra, Forrest, corra!"
(do filme Forrest Gump)

Um homem sentado num banco de uma praça contando a história de sua vida aos que sentam ao seu lado. É dessa forma que se dá a maior parte da narrativa do melhor filme de Tom Hanks: Forrest Gump – O contador de histórias. A história do homem com QI abaixo da média e que participa de grandes eventos da história mundial é fascinante. Desde a sua infância, Forrest acaba sendo figura marcante em fatos históricos e culturais, como na maneira de dançar de Elvis Presley, sendo soldado na Guerra do Vietnã, condecorado pelo Presidente Kennedy, o caso Watergate, dentre vários outros, culminando com o casamento de seu amor na infância que viria a morrer de uma nova e misteriosa doença no início da década de 80 (a AIDS).


A montagem feita para marcar o encontro de Forrest com esses vultos históricos rendeu ao filme o Oscar de Efeitos Especiais, prêmio normalmente dado a produções de ficcção científica ou de ação. Foram mais outros cinco prêmios Oscar, incluindo melhor filme, direção (Robert Zemeckis) e, claro, ator. A trilha sonora do filme é outro elemento de destaque. Foi comercializado um cd duplo com todas as canções, sendo clássicos das décadas de 50, 60, 70 e começo de 80, percorrendo assim todo o período do filme. Além da namorada Jenny, outros personagens marcantes são o negro Bubba e o tenente Dan, companheiros de Forrest na Guerra do Vietnã. O primeiro é marcado pela ingenuidade e pela vontade em ter um barco de pesca de camarões. O segundo, após perder as pernas em combate e ser salvo por Forrest, revolta-se contra Deus representado por uma tempestade num dos grandes momentos do filme.


Forrest Gump é um grande filme que possui como maior característica a força de um personagem que sequer tem noção de sua importância. E nem por isso se torna menor que os fatos que presencia. É a grandeza do homem sobre a história em que vive. Para mim, o melhor filme de Tom Hanks.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uma mensagem tocante

UMA MENSAGEM TOCANTE – por Vicente Bezerra

Na verdade, não merece o post a minha assinatura. Isso porque o texto que se segue não é de minha autoria e sim de Bill Ward. Quem é? Ele é um baterista de 61 anos e é mundialmente famoso pelo seu trabalho no Black Sabbath, um dos fundadores do Heavy Metal. O Black Sabbath durante muito tempo conviveu com o rótulo do satanismo e do ocultismo e tirava proveito disso. Muitas letras de suas músicas possuem tais temáticas.

Por diversos motivos, não pude escrever a tempo o último texto do ano, e passou natal e reveillon, e esse é o meu primeiro post do ano. Eu iria escrever sobre as resoluções de ano novo, mas em contato com o texto tocante de Bill Ward, mudei de idéia. Um texto de um homem vivido, experiente. Um texto de uma pessoa taxada de satânica por muitos, por ser baterista de uma banda de Heavy Metal e se vestir de preto. Segue o texto:

“Estive tentando chegar em condições de colocar meus pensamentos e experiências de 2010 no papel, e, infelizmente, na véspera do Natal, eu me encontro exausto do simples peso da vida, em termos de vida. Lembrar de qualquer coisa positiva é árduo sem bater de frente com a perda e a tristeza persistente que senti por aqueles que morreram esse ano, e mais recentemente, o pai de minha esposa, Richard. É difícil sorrir quando você não está sorrindo por dentro.

Contudo, deixando a melancolia de lado, eu tenho muito por ser grato. Estou vivo, sóbrio e cercado de pessoas, crianças e animais amáveis e as criaturas que vivem fora de casa. Eu me sinto abençoado por ainda ter um teto sobre minha cabeça e uma chama no coração.

Penso muito no que vocês já sabem que, por um tempo em 1983, eu perdi e me afastei da maior parte do que eu falava, pedindo um trocado para beber e andando sem rumo por ruas sombrias. As sobras dos meus dias eram na maioria insatisfatórias.

Em 2010, eu tentei ser muito paciente com meus projetos em curso, os quais, às vezes, parecem presos por circunstâncias fora do controle. Frustrações entram em erupção enquanto caminhamos lentamente em direção a arremates, somente para sermos interrompidos novamente por algum outro evento inesperado.

Eu, juntamente com meus colegas, temos sido meticulosos no ambiente de trabalho. Nós realmente conquistamos muito em documentários, entrevistas e oportunidades multimídia, etc. Alguns dos maiores projetos ainda estão ligeiramente fora de alcance. Estou bem em saber que chegamos tão longe e poder, antes do Natal, somar algo e chamar atenção.

Esse ano eu tentei fazer 'a coisa certa', e espero não ter ficado no caminho do curso da vida de ninguém. Eu tenho continuamente diminuído minhas expectativas do que eu acho que mereço ou quero. Eu foquei especialmente no que os Estados Unidos, minha esposa, meus amigos, meus filhos ou Deus devem fazer por mim. Eu tive que me render a cada dia à 'realidade', goste ou não, e, novamente, eu mantenho as expectativas rendidas. É um trabalho duro, especialmente quando há muitos desafios à minha frente. Eventualmente dá certo – tudo dá certo.

Vendo os Estados Unidos, Inglaterra e muitos outros países serem arrasados, ainda mais esse ano, foi de partir o coração. Muitos estão sofrendo – pessoas belas –, é tudo muito triste. Se o 'agora' é um salvador moderno, então espero que ele salve as incontáveis pessoas que estão vivendo nas ruas e nas esquinas há dez anos para manter sua 'segurança'. É uma lição dura - 'a segurança financeira' vai nos decpcionar todas as vezes; de tempos em tempos, ela vai nos decepcionar, e se você está vivendo a memória dos bons velhos tempos ou de quando a vida era muito melhor, então faça uma tentativa de encontrar o 'agora', porque, com certeza, você vai perecer no 'ontem'.

Eu tenho de me lembrar de dar um beijo em alguém que precisa de um beijo hoje, abraçar alguém que precisa de um abraço hoje, e, se eu comer, eu vou me lembrar de dizer obrigado e estar agradecido.

Acho que a compaixão e a esperança hoje se renderam, e o perdão é uma parte do amor e o amor é uma verdadeira e positiva fonte de energia, mesmo para os mais frágeis dentre nós. O amor é um sobrevivente; o amor nos move.

Todos nós temos os componentes que criam o amor; alguns tem de cavar mais fundo para permitir que o amor floresça.

Espero que vocês encontrem o amor, e espero que lhe sirva bem e traga sorriso e alegria de volta a você. Deixe o amor próximo a seu coração, porque, com certeza, vamos continuar a enfrentar mais um ano de realidade.

Como sempre, ergo meu copo d’água e desejo a vocês toda felicidade, saúde e amor em 2011.

Fiquem em segurança. Fiquem fortes.” Bill Ward, eterno baterista do Black Sabbath.

Espero que todos compreendam a força dessas palavras e as entenda. Um bom 2011 para os leitores do blog, aos amigos e suas famílias, e aos inimigos também.