sexta-feira, 20 de julho de 2012

O maior brasileiro de todos os tempos



O MAIOR BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS – por Moacir Poconé

Causou (e ainda causa) repercussão a lista feita “por todos os brasileiros” e divulgada no programa “O maior brasileiro de todos os tempos” do SBT, no final da noite das quartas-feiras.

Segundo a emissora, o formato do programa foi feito em vários países e é um modelo da conceituada BBC de Londres. Para se votar, acessava-se o site do SBT e se digitava o nome de quem bem se quisesse. As únicas restrições eram votos a funcionários do SBT (e muitos não votaram em Sílvio Santos por conta disso) e personagens de ficção.

Perceba-se como a lista é aberta. Vota-se em quem quiser, sem nomes prévios. Talvez seja esse o grande defeito do programa. Embora já se anuncie que a lista que vem sendo divulgada de cem nomes é apenas uma lista prévia. O programa terá doze episódios (foram veiculados apenas dois até agora) e segundo o apresentador Carlos Nascimento ocorrerão ainda outras votações. Mas a repercussão nas redes sociais foi imediata.

Chama a atenção o excesso de religiosos, esportistas e artistas na lista. Evangélicos e fã-clubes certamente se uniram em prol de seus ídolos. Como explicar as presenças de Joelma, Amado Batista, Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Luan Santana e Michel Teló? Ou ainda Dedé do Vasco, Rogério Ceni, Marcos do Palmeiras, Zico e Ronaldinho Gaúcho? E tome Monsenhor Jonas Abib, Missionário RR Soares, Paiva Netto, Apóstolo Valdemiro Santiago, Pastor Silas Malafaia e Bispo Edir Macedo. Mais curiosos ainda os nomes de Lua Blanco e um tal de Manoel Jacinto Coelho, pessoas que até então desconhecia completamente.

Há outros nomes esdrúxulos. Certamente 50% da lista. Mas há boas lembranças, como as de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Betinho, Ruy Barbosa, Tancredo Neves, Paulo Freire, Tom Jobim, dentre outros. Foram divulgados até agora oitenta e oito nomes. Os doze restantes serão divulgados na próxima quarta-feira. Vale a pena assistir, até porque a apresentação é bem feita, com pequenos vídeos sobre os escolhidos e a opinião de bons nomes da área de destaque da pessoa.

Apesar e tudo, o programa já alcançou o que dele se esperava: comentários. Não é surpresa, afinal, é o que causa toda lista. Por menor que seja, um ou outro nome causa estranheza ou merece elogios. Imagine uma lista com cem itens. E é essa a graça do programa. Por bem ou por mal, fomos levados a pensar e refletir sobre brasileiros famosos e sua importância para o Brasil. Ou ainda, analisar o nível de escolha da população brasileira atual. Que o digam as urnas.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O melhor filme de... Harrison Ford




O MELHOR FILME DE... HARRISON FORD – por Moacir Poconé



Ele já foi presidente dos Estados Unidos, um mercenário intergaláctico, um famoso arqueólogo e até mesmo um fugitivo. Harrison Ford possui uma vasta carreira no cinema, com filmes desde a década de 60 do século passado até os dias atuais. Mas ainda hoje a sua presença é garantia de uma boa história. Nunca ganhou um Oscar ou um Globo de Ouro (as duas maiores premiações do cinema mundial), mas é um ator que possui grande reconhecimento e admiração por parte dos fãs do cinema. Sua maior característica são os filmes de ação (Guerra nas Estrelas, Blade Runner, Os Caçadores da Arca Perdida, O Fugitivo, Força Aérea Um), porém atuou também em dramas (A Testemunha, Acima de Qualquer Suspeita), romances (Seis Dias, Sete Noites) ou suspenses (Revelação), o que mostra o ecletismo desse ator que completa 70 anos no próximo dia 13 de julho.



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Numa eleição realizada por cinéfilos de todo o mundo, Indiana Jones foi eleito o maior herói que já existiu no cinema. Pode-se discutir o resultado, mas não se pode negar a importância dessa personagem para o cinema. Através dela e do seu primeiro filme (Os Caçadores da Arca Perdida) o cinema começa, ainda na década de 80, a tomar rumos ainda inexplorados. O filme de ação inteligente em que o herói é ao mesmo tempo intelectual e aventureiro e que a ação se passa em cenários exóticos.

Em Indiana Jones e O Templo da Perdição a ação frenética do primeiro filme da série parece acelerar ainda mais. O grande diretor Steven Spielberg tem o filme nas mãos, mesclando momentos de pura adrenalina, humor e até mesmo terror. Como se esquecer das famosas cenas do banquete em que sorvete é servido em cabeças de macacos ou ainda do momento em que o sacerdote arranca o coração do indivíduo (ainda vivo) a ser sacrificado? Ou ainda a cena final da travessia a ponte de madeira em que as cordas são cortadas? È mesmo de tirar o fôlego! São cenas antológicas do cinema da década de 80 e que marcam, certamente, a história do cinema. Não por acaso o filme concorreu a nove categorias no Oscar, tendo ganho em cinco (Efeitos especiais, efeitos sonoros, som, edição e direção de arte).

Ford está à vontade no papel do arqueólogo que vai à Índia em busca de uma pedra sagrada e acaba encontrando crianças aprisionadas no templo que dá título ao filme. Trata-se de um daqueles casos tão grandes de personificação de uma personagem que chega a confundir o nome do ator com sua criação. Afinal, ainda hoje ao aparecer a imagem de Ford em uma propaganda, ouve-se dizer “Olhe lá o Indiana Jones!”. Uma grande personagem que tem em O Templo da Perdição seu maior momento. Para mim, o melhor filme de Harrison Ford.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Por um minuto e meio



POR UM MINUTO E MEIO – por Moacir Poconé

Luís Inácio Lula da Silva é a maior estrela do Partido dos Trabalhadores. O ex-presidente personificou ao longo de décadas a luta da classe operária contra os desmandos dos poderosos. A ideologia petista se forjou com base na luta contra a corrupção e  a figura de Lula sempre esteve ligada aos movimentos .

Paulo Salim Maluf já virou verbete de dicionário. Está no Aurélio. Na política há mais de quarenta anos, sempre foi visto como “cria da ditadura”. Desvio de verbas, nepotismo, dinheiro no exterior, enfim, os mais diversos tipos de corrupção ligado ao exercício de cargos públicos fazem parte do curriculum do político paulista.
  

Na última semana, essas duas figuras públicas que há anos fazem parte do nosso cenário político se encontraram. Não como rivais ou num debate de idéias antagônicas. Posaram como aliados. Por causa de um minuto e meio no horário político para as eleições municipais desse ano, Lula trocou as décadas de luta e toda a ideologia petista (se é que ainda existia) pela exigência de Maluf em que fizessem a foto acima.

Muitos outros fatos ocorrerão nas eleições desse ano. Mas a imagem do ano parece já ter acontecido. (Ah, o figurante da foto é o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo).