sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A nova chatice do futebol




A NOVA CHATICE DO FUTEBOL – por Moacir Poconé

De uns tempos pra cá, nos acostumamos com os nomes compostos no futebol brasileiro. É um tal de David Luiz pra cá, Thiago Neves pra lá, e mais uns Tiago Silva, Daniel Alves, Leandro Damião, Leonardo Silva e muitos outros. No último jogo de nossa Seleção (a do Mano...) Galvão Bueno chamou atenção para a nossa defesa formada por vários dos jogadores listados acima, todos de nomes compostos e lembrou com saudades dos tempos de Garrinchas, Pelés e Zicos em nosso futebol.

Mas outra novidade surgiu nos últimos tempos, como prova de que o que está ruim pode piorar. São as abreviaturas dos nomes ou primeiras letras seguidas dos números dos jogadores. Uma verdadeira chatice. Ronaldinho Gaúcho já foi R10 no Flamengo, hoje é R49 no Atlético Mineiro. Thiago Neves é TN7 no Fluminense, Wellington Paulista já apareceu mencionado com um incrível WP9! E outros e outros seguem essa fatídica numerologia.

Lembro que o primeiro a ser chamado assim talvez tenha sido o hoje obeso Ronaldo Fenômeno. R9 é inclusive o nome de sua empresa de assessoria a atletas e de propaganda. No exterior, há quem chame o português Cristiano Ronaldo de CR7, o que prova que essa mania não se restringe a nossos gramados.

Como toda moda, essa deve passar um dia (espera-se!). Os apelidos dos jogadores que faziam parte da tradição do nosso futebol estão desaparecendo, assim como a qualidade de nosso futebol. Problema maior somente se surgir algum jogador com nome de Cláudio Ueslei. Que abreviatura inventarão?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O que é que a Jamaica tem?



O QUE É QUE A JAMAICA TEM ? – por Moacir Poconé

Jogos Olímpicos de Londres. Final dos 200 metros rasos. Suspense. Usain Bolt pode se tornar o primeiro velocista a ser bicampeão olímpico nos 100 e nos 200 metros. Ao fim da prova, a vitória está confirmada. Com mais um ingrediente: pódium triplo da Jamaica. Ouro, prata e bronze para os corredores jamaicanos.

A Jamaica é um pequeno país da América Central. Na verdade, uma pequena ilha do Caribe, bem próxima a Cuba. Muito conhecida por sua música (o reggae) e pelo Rastafarianismo, religião da qual derivam os famosos rastafáris. Em 2007, tinha uma população de 2,7 milhões de habitantes, cuja maior cidade é a capital, Kingston, com cerca de 700 mil habitantes. A expectativa de vida beira os 70 anos e o analfabetismo chega aos 20 por cento. Nada muito diferente de dezenas de outros países de nosso continente. Qual será o segredo para o sucesso nas pistas de atletismo?

Alguns elegeram uma certa proteína chamada ACTN3 como a responsável pelo sucesso dos jamaicanos. Ela auxiliaria na explosão muscular, o que é decisivo em provas curtas com os 100 e 200 metros rasos. Verificou-se que 98% dos jamaicanos carregam essa proteína em seus genes. Porém, essa tese está praticamente descartada, pois foi verificado que outros povos possuem elevados índices da tal proteína, mas não têm destaque em provas de velocidade. Outra teoria (bem mais simples) vê a melhoria de vida como principal estímulo para o sucesso dos atletas, afinal são vistos como verdadeiros ídolos em seu país. Além disso, diversos programas do governo incentivam o desenvolvimento de crianças e as estimulam para a prática do esporte.

E nós? Os dados brasileiros são por demais conhecidos. É impossível comparar nosso país à Jamaica. Aspectos econômicos, políticos, IDH, ganhamos com sobras em quaisquer desses índices. Mas no esporte? Ou, mais especificamente, no atletismo? Estamos esperando o tiro de largada, quando os jamaicanos já cruzam a linha de chegada. Competir com eles é pura utopia.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O melhor filme de... Tom Cruise



 O MELHOR FILME DE... TOM CRUISE – por Moacir Poconé

Um ator que tem aparecido muito mais na mídia por suas esquisitices que por seus trabalhos atuais. Mas que ainda é sinônimo de um bom filme, seja de ação ou drama. Assim é Tom Cruise, considerado injustiçado por muitos já que jamais ganhou o Oscar, embora tenha feito filmes memoráveis. A lista não é pequena: Rain Man, Jerry Maguire, Minority Report – a nova lei, a quadrilogia Missão Impossível, Colateral, Entrevista com o Vampiro, Ases Indomáveis, O Último Samurai, dentre outros que marcaram Tom Cruise como, certamente, um dos maiores astros do cinema mundial.
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A história do soldado norte-americano Ron Kovic, que retorna do Vietnã paraplégico, é a base do grande filme Nascido em 4 de julho. A junção do diretor Oliver Stone, famoso por seus filmes polêmicos, com o astro Tom Cruise causou grande repercussão à época. Ainda mais por mostrar um Cruise totalmente diferente pela maquiagem e preso a uma cadeira de rodas em grande parte do filme.

O filme foi indicado em várias categorias do Oscar de 1990: melhor filme, direção, ator (Tom Cruise) Trilha Sonora, Fotografia, Som, Roteiro Adaptado e Edição. Levou apenas duas estatuetas: direção (para Stone) e Edição. Certamente, a interpretação de Cruise (que ganhou o Globo de Ouro) mereceria maior reconhecimento. Ele está irreconhecível como o jovem sonhador que deixa família e a mulher que ama para lutar pelo seu país no Vietnã. Após ser ferido na guerra, retorna a seu país que o vê como herói. Porém, logo ele percebe as dificuldade impostas aos deficientes físicos e o posterior esquecimento que chega aos veteranos de guerra. O conflito do personagem é tamanho que ele mesmo acaba se tornando um ativista anti-militar. Uma grande obra de reflexão, sem dúvida. Para mim, o melhor filme de Tom Cruise.