quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Por um papa liberal




A surpreendente saída do Papa Bento XVI pode trazer novos ares para a Igreja Católica. Visto como grande teólogo, porém visivelmente conservador, o futuro ex-papa se posicionou de forma absolutamente contrária aos fatos de um mundo real. O maior exemplo desse comportamento sem dúvida ocorreu em sua visita à África em 2009. Na ocasião, chegou a dizer que o uso de preservativo agravaria o problema da Aids no continente que, como todos sabem, sofre uma verdadeira epidemia desse mal.
 
Afora as questões de cunho sexual, a Igreja Católica precisa, sem dúvida, reencontrar as regiões em que estão os seus maiores adeptos. O catolicismo é uma religião de países pobres (com exceção de metade dos EUA, Itália e França) e os anseios sociais da população desses países muitas vezes não encontram amparo na doutrina religiosa. Assim, a internacionalização do papado poderia trazer uma nova visão da Igreja em relação a comunidades da América Latina, Ásia e, principalmente, África, que sofrem com as más condições em que vivem.

Os nomes começam a surgir. Os inevitáveis cardeais italianos aparecem em primeiro plano, mas agora acompanhados de nomes latinos e africanos. O cardeal nigeriano Francis Arinze é um dos nomes mais fortes. O hondurenho Oscar Rodrígues Maradiaga é tido como representante do liberalismo. O carismático filipino Luis Tagle é o nome do continente asiático. E mesmo brasileiros aparecem na lista: Odilo Scherer e João Braz de Avis.

Independente da procedência do novo papa, espera-se que ventos da atualidade soprem no sucessor de Pedro. Para que ele veja o mundo como realmente é e não como queria que fosse.