quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cantoras e polêmicas




Na última semana, duas cantoras de relativo sucesso no cenário artístico nacional (independente da qualidade de suas músicas) estiveram no centro de polêmicas ligadas a questões homoafetivas.

A cantora paraense mostrou-se preconceituosa ao declarar, em entrevista à revista Época, que o homossexualismo seria uma doença, inclusive comparando os homossexuais a drogados, podendo inclusive ser recuperados.  É de se estranhar tal declaração de uma artista, inclusive admirada por uma legião de gays que seguem a banda da qual faz parte. Já a cantora baiana provocou verdadeiro choque em algumas pessoas ao anunciar o seu casamento com uma jornalista baiana. Talvez o estranhamento tenha sido ainda maior pelo fato de a cantora deixar seu marido e filhos e assumir sua condição. A notícia foi veiculada em diversos órgãos de imprensa, escrita ou televisiva. A cantora deu diversas entrevistas, em todas mostrando sua felicidade por assumir o seu relacionamento perante todos.

Certamente, essas posições ganharam ainda mais força e tiveram repercussão ainda maior do que naturalmente teriam devido ao atual cenário que vivemos no Brasil. Se de um lado a Justiça e a própria sociedade começa a ver de forma natural o dito “casamento gay “, de outro a famigerada presença do pastor Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (como já comentada nesse blog) traz uma enorme carga de discriminação. Manifestações contra a presença do religioso no órgão que seria um refúgio para as pessoas que sofrem algum tipo de discriminação no País ainda ocorrem quase que diariamente. Mas ele se mantém impassível.
 
Declarações polêmicas sempre existiram. Cantoras homossexuais, temos diversas na MPB. Políticos preconceituosos, idem. O desenrolar de toda essa trama de acontecimentos é que se constituirá na grande novidade para a sociedade brasileira nos próximos anos. Vê-se um movimento semelhante ao ocorrido quando da implantação do divórcio no Brasil, em 1977. Uma sucessão de fatos que determinará mudanças profundas na célula básica da sociedade: a família.