quinta-feira, 18 de julho de 2013

O que querem os médicos?



A cidade de Conselheiro Pena, em Minas Gerais, tenta contratar um pediatra e um ortopedista há doze meses. Salário de 20 mil reais, somados todos os ganhos. Valor bem acima da média nacional. Em outra cidade mineira, chamada Manga, o salário é um pouco menor: 17 mil reais. A situação, porém, é a mesma: mais de três meses com falta de médico.

É preciso observar que os exemplos acima vêm de um Estado da região Sudeste, embora as cidades sejam pequenas. Nas regiões Norte e Nordeste, a situação certamente é muito pior, devido à conhecida falta de condição econômica da população, o que a faz depender muito mais da saúde pública. Para se ter uma ideia, estão na região Norte somente 4% dos profissionais brasileiros com registro nos conselhos de saúde.

Eis que o Governo Federal, buscando acabar com essas lacunas de profissionais da área da saúde em certas regiões do Brasil, resolveu adotar um programa que, ressalte-se, já é adotado em diversos outros países. Médicos estrangeiros para suprir as vagas em aberto e minimizar o sofrimento da população. Não se trata de uma mera invasão de qualquer profissional. Serão feitas provas que determinarão a condição do profissional, atestando ou não sua capacidade para atuar aqui no Brasil.

E qual a reação dos médicos? De revolta, de protesto, de indignação. Não querem de forma alguma a chegada dos colegas estrangeiros. Ou seja: os médicos brasileiros, que se formam e buscam trabalhar somente nos grandes centros, nem vão para as pequenas cidades ou Estados mais distantes, como também não querem que médicos de outros países o façam. A medida da importação dos profissionais da saúde se mostra, muito mais que interessante, realmente necessária. Que não se deem ouvidos aos que nada fazem e estão descontentes com as melhorias.