sábado, 24 de dezembro de 2011

Então... é Natal!


ENTÃO... É NATAL! – por Moacir Poconé

Chegamos à época dos presentes, das ceias.
Do encontro dos familiares, das viagens.
Mas principalmente a uma época de mudanças.
Algo acontece às pessoas.
Um sentimentalismo parece aflorar.
Mesmo naqueles para os quais o Natal não passa de uma data capitalista.
Momento em que parecemos estar mais abertos ao diálogo, às felicitações.
Pessoas trocam bons desejos ao se verem nas ruas.
Desejam saúde, paz, felicidade um à família do outro e vice-versa.
Coisa que não se vê durante o resto do ano.
Abraços podem até ser vistos num canto ou outro da cidade.
Normalmente, um aperto de mão já é coisa rara.

Esse é o momento mágico do Natal.
A figura do Papai Noel é a estrela para as crianças.
Sua roupa vermelha e o seu saco de brinquedos fascinam os pequenos.
Mas o espírito do Natal aparece nas pessoas comuns.
Nas mesmas ruas da cidade em que se encontram todos os dias.
Mas que agora se manifestam de forma diferente.
Muita gentileza, muita consideração.
A atenção e o respeito que faltam a todos surgem em atos simples.
Canções que falam de amor e amizade podem ser ouvidas no ambiente.
E a atmosfera de confraternização invade os corações.

Quem dera o Menino Jesus tivesse nascido não apenas uma vez.
Mas várias, dezenas, centenas de vezes.
365 vezes para ser mais exato.
E trouxesse, dia após dia, o sentimento do Natal para as vidas de todos nós.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O primeiro ano do resto de nossas vidas


O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS – por Moacir Poconé

Esta semana, no último dia 13, comemoraram-se trinta anos da grande conquista do Flamengo: a Copa Toyota, considerada na época o Campeonato Mundial de Clubes por colocar frente a frente o Campeão Europeu e o Campeão Sulamericano. Assim, jogaram Flamengo versus Liverpool. Certamente, viu-se uma das maiores apresentações de um time brasileiro em jogos internacionais, com destaque ainda maior para o primeiro tempo, quando o Flamengo praticamente liquidou o jogo ao fazer 3 a 0.

Tratava-se do maior time do Flamengo de todos os tempos e considerado um dos maiores times de futebol já formados: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Esse time, para se ter uma ideia, esse time num intervalo de apenas doze dias disputou e ganhou três decisões: Campeonato Carioca, Taça Libertadores e o Campeonato Mundial de Clubes

Inexplicavelmente (ou talvez pelas dores causadas pelo cotovelo) os adversários do Flamengo tentam diminuir essas conquistas. Falaremos sobre isso.

Uma das grandes mentiras que se espalha é a de que times argentinos e uruguaios não participaram da Libertadores de 81. Os clubes desses países participaram normalmente. Cada um com dois clubes (como previa o regulamento da época), sendo que o Uruguai jogou com três, já que o Nacional, atual campeão, tinha vaga garantida. Da Argentina, tivemos River Plate e Rosário Central. Do Uruguai, além do Nacional, Peñarol e Bella Vista. E o regulamento era muito mais difícil que nos dias de hoje. Eram cinco grupos com quatro times, sendo que apenas o melhor se classificava. Assim, classificavam-se cinco times para as semifinais. O Nacional, campeão da Libertadores de 80, entrava somente nessa fase. Dois grupos de três eram formados e mais uma vez somente o melhor se classificava para a final. Foi assim que Flamengo e Cobreloa do Chile se encontraram na grande decisão que foi disputada em três jogos: o primeiro 2 a 1 para o Flamengo no Maracanã; o segundo, 1 a 0 para o Cobreloa no Estádio Nacional no Chile e o jogo desempate em campo neutro no Estádio Centenário no Uruguai, 2 a 0 para o Flamengo.

Outra grande invenção dos rivais é a de que o Liverpool, adversário do Flamengo na final do Mundial de Clubes era um timezinho de menor expressão do cenário europeu. Primeiro se questiona o fato de não ser o campeão europeu do ano. Não é verdade. O Liverpool efetivamente ERA o campeão da Liga dos Campeões da UEFA. A campanha do time inglês a partir das quartas de final: CSKA (5 x 1 e 1x0), Bayern de Munique (0 a 0 e 1 1) e Real Madrid (1 a 0). Além disso vejam o histórico do time inglês à época do confronto de 1981: campeão inglês (75-76, 76-77, 78-79, 79-80, 81-82, 82-83, 83-84, 85-86), tetracampeão da Copa da Liga Inglesa (1981 a 1984), campeão europeu (76-77, 77-78, 80-81, 83-84). Como se vê não se tratava de um time qualquer. Aliás, o Liverpool era considerado o favorito para o jogo contra o Flamengo.

Nada existe, portanto, que desabone essa grandiosa conquista que completou três décadas mas que é lembrada até hoje. Os dois gols de Nunes (com lançamentos primorosos do gênio Zico) e o gol de Adílio estão definitivamente na história do futebol. São a coroação de um time que personificou a beleza de se jogar futebol.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Para com isso, Pará!



PARA COM ISSO, PARÁ! – por Moacir Poconé

Domingo é dia de plebiscito no Brasil. Aliás, no estado do Pará. Os eleitores daquele Estado deverão ir às urnas para dizer se querem a criação de mais outros dois Estados, ou seja, dividir o Pará em três unidades federativas. Então, teríamos o Pará (já chamado por alguns de Parazinho) e mais os Estados de Tapajós e Carajás.

Muito se falou sobre os benefícios e os problemas da divisão. Esses últimos parecem bem mais claros. A população paraense pelo menos está pensando dessa forma, tanto que a proposta de divisão deve ser rejeitada, segundo os institutos de pesquisa. Para nós, sergipanos, quase que isso não nos interessa (embora devesse interessar, pois o custo das criação dos novos Estados afetaria a todos os brasileiros). Um fato, entretanto, merece ser destacado. Na campanha eleitoral na tv que acontece há mais ou menos um mês, o Estado de Sergipe foi citado. E de forma bastante depreciativa.

Na referida campanha, os simpatizantes do sim (pela divisão) ou do não (contra) se alternaram na defesa de seus argumentos. Atores globais, grupos de música folclóricas, cantoras, enfim, diversos paraenses tentaram convencer a população (de modo muitas vezes sentimental) de que seu posicionamento era o mais correto. Eis que, num desses programas, a campanha do “não” colocou o seguinte argumento (mais ou menos transcrita): “Vejam o caso de Alagoas e Sergipe. Dividiram o Estado e deu no que deu. É pobreza nas ruas, miséria em todos os lugares e a população vivendo de forma deplorável”. Não é preciso ser nenhum doutor em geografia para saber que esse pensamento não corresponde à verdade dos fatos. É falácia pura, engano mesmo para que a população se iluda com mentiras. Primeiro, Sergipe e Alagoas nunca foram um mesmo Estado. Depois, nossa renda per capita e condições de vida dos nossos habitantes estão entre as melhores do país. É a desinformação a serviço da ignorância.

Divisão houve no Brasil há muitos séculos e aconteceu ainda no século XX. E mais ainda podem ocorrer, além da discussão sobre o Pará. Para conhecer melhor o fato, acessem o ótimo link abaixo que mostra a evolução da configuração geográfica do Brasil (e ainda os projetos que preveem novas divisões): http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/infografico/2011/12/02/conheca-as-principais-mudancas-que-deram-origem-aos-estados-brasileiros.jhtm?cmpid=facebook.

É, Pará, resolva a sua vida e nos deixe por aqui. Mas que sejam usados argumentos reais e não bobagens como a relatada acima. A divisão deve ser tratada com seriedade (se é que isso é possível).

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O melhor filme de... Morgan Freeman


O MELHOR FILME DE... MORGAN FREEMAN – por Moacir Poconé

Um ator que há muitas décadas vem brindando os amantes da sétima arte com seu talento, Morgan Freeman teve seu potencial reconhecido a partir do ano de 1989. Foi nesse ano que atuou no badalado Conduzindo Miss Daisy (inclusive sendo indicado ao Oscar de ator coadjuvante) e no épico Tempos de Glória. Desde então, atuou em dezenas de filmes, indo do drama (talvez sua especialidade) à comédia, passando por blockbusters feitos somente para o tempo da pipoca no cinema. Essa versatilidade certamente proporcionou a esse ator negro a quebra de estereótipos, deixando de atuar somente em papéis aparentemente destinados às pessoas dessa raça. Mostrou assim que o talento está muito acima disso e o que importa realmente é a capacidade de um ator emocionar seu público. Os destaques são muitos, mas merecem uma menção especial, (além dos filmes já mencionados) o excelente Os Imperdoáveis, Seven - Os Sete Crimes Capitais (impressionante!), Amistad, o divertido Todo Poderoso, Menina de Ouro (já resenhado nessa seção), Antes de Partir e o ótimo Invictus, quando interpretou o líder Nelson Mandela com maestria.

Como se percebe, a lista não é pequena e garanto que pelo menos uns outros cinco filmes poderiam ser tranquilamente citados (fiquem à vontade...) Isso apenas mostra a força desse grande ator, que traz no ato de dar vida aos seus personagens o objetivo maior de seu ofício.

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"Sei que alguns pássaros não podem viver numa gaiola. Suas penas brilham demais. E, quando eles voam, você fica contente, porque sabia que era um pecado prendê-los."

"Tudo o que é bom, nunca morre."

"Esforce-se para viver, ou esforce-se para morrer." (do filme Um Sonho de Liberdade)

Considerado um dos melhores filmes de todos os tempos por aqueles que não pertencem à crítica especializada, mas que amam a sétima arte, Um Sonho de Liberdade é um exemplo da persistência de um homem para provar sua inocência e, consequentemente, conseguir sua liberdade. Baseado num texto do famoso autor de histórias de suspense Stephen King, o filme tem como protagonista o contador Andy Dufresne, vivido por Tim Robbins. Acusado injustamente do assassinato de sua esposa, Andy é condenado à prisão perpétua. No presídio conhece Ellis “Red” Redding, papel de Morgan Freeman. Uma curiosidade: no texto original, esse personagem é descrito como um irlandês ruivo (daí o Red do nome), mas o diretor do filme exigiu que fosse interpretado por Freeman pois sempre o achou ideal para o personagem.

Após duas décadas preso, mas sem nunca desistir de conseguir sua liberdade, Andy empreende sua fuga, planejada há muito tempo e esperada pacientemente por todo esse tempo. A amizade com Red é sem dúvida um ânimo a mais, embora muitos percalços ocorram na prisão, causados principalmente pelo cínico e egoísta diretor do presídio.

É um filme que, embora tenha suas ações num cenário de opressão, trata de sentimentos demasiadamente humanos, como a amizade e o otimismo. A lição de que nunca devemos desistir daquilo em que acreditamos, por mais difícil que a realidade se apresente. Daí, talvez, o grande reconhecimento que ainda hoje obtém por parte do público. Um filme para ser visto e pensado. Para mim, o melhor filme de Morgan Freeman.