A
surpreendente saída do Papa Bento XVI pode trazer novos ares para a
Igreja Católica. Visto como grande teólogo, porém visivelmente
conservador, o futuro ex-papa se posicionou de forma absolutamente
contrária aos fatos de um mundo real. O maior exemplo desse
comportamento sem dúvida ocorreu em sua visita à África em 2009. Na
ocasião, chegou a dizer que o uso de preservativo agravaria o problema
da Aids no continente que, como todos sabem, sofre uma verdadeira
epidemia desse mal.
Afora as
questões de cunho sexual, a Igreja Católica precisa, sem dúvida,
reencontrar as regiões em que estão os seus maiores adeptos. O
catolicismo é uma religião de países pobres (com exceção de metade dos
EUA, Itália e França) e os anseios sociais da população desses países
muitas vezes não encontram amparo na doutrina religiosa. Assim, a
internacionalização do papado poderia trazer uma nova visão da Igreja em
relação a comunidades da América Latina, Ásia e, principalmente,
África, que sofrem com as más condições em que vivem.
Os nomes
começam a surgir. Os inevitáveis cardeais italianos aparecem em primeiro
plano, mas agora acompanhados de nomes latinos e africanos. O cardeal
nigeriano Francis Arinze é um dos nomes mais fortes. O hondurenho Oscar
Rodrígues Maradiaga é tido como representante do liberalismo. O
carismático filipino Luis Tagle é o nome do continente asiático. E mesmo
brasileiros aparecem na lista: Odilo Scherer e João Braz de Avis.
Independente
da procedência do novo papa, espera-se que ventos da atualidade soprem
no sucessor de Pedro. Para que ele veja o mundo como realmente é e não
como queria que fosse.
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