E a candidata que era vice, de repente se viu como cabeça da
chapa, tornou-se o maior fenômeno eleitoral, chegando a figurar em pesquisas dez
pontos percentuais à frente da segunda colocada. E essa mesma candidata,
semanas depois, terminou a eleição em terceiro lugar, sem conseguir chegar sequer
ao segundo turno. Como, em tão pouco tempo, explicar essas mudanças tão
drásticas no eleitorado? A resposta está na emoção.
O eleitor mostrou que vota muito mais pela emoção do que
pela razão. Tivesse o avião do ex-governador Eduardo Campos caído em uma data
mais próxima a das eleições, certamente o resultado seria outro. A candidata
Marina Silva talvez fosse até eleita num primeiro turno. A comoção generalizada
se mostrou muito mais forte do que se supunha, uma vez que foi apenas passarem
algumas semanas do fatídico acontecimento que as forças antes estabelecidas
retomaram seus lugares na preferência das pessoas. Percebe-se, assim, que a
razão é posta em segundo plano, em algo tão importante quanto é a escolha do
governante de nosso país.
Óbvio que não se quer aqui afirmar que todos os votos de
Marina Silva derivaram da emoção causada pelo passamento de Eduardo Campos. Mas
a subida e queda vertiginosa da candidata do PSB devem servir de aviso que o
povo brasileiro talvez não esteja tão amadurecido politicamente quanto se quer
acreditar. O país não pode ficar a mercê de acontecimentos fortuitos para que
se decida quem será o seu presidente. Longe disso. Uma plataforma política bem
definida, programa de governo estabelecido, conquistas alcançadas e o histórico
do candidato devem ser os elementos para que o eleitor escolha aquele que tem
mais condições de governar o Brasil. A emoção não deve ser parte dessa decisão.
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