Muitos estudantes questionaram a proposta de Redação da
prova do Enem desse ano. Dizem terem sido “pegos de surpresa”, como se o tema
da prova devesse ser algo já esperado. Realmente, diversos temas são levantados
como “quentes” durante o ano. O que não quer dizer, necessariamente, que um
deles tenha de ser o escolhido.
Mais importante que trate de um assunto comentado, é preciso
que a proposta de Redação a ser desenvolvida pelo aluno levante uma discussão
de relevância em nossa sociedade. E isso ocorreu. “Publicidade infantil no
Brasil” é assunto que merece (e muito) ser discutido por jovens e adultos. Seja
do ponto de vista do comércio (empresas com a famosa “venda casada” de produtos
e brinquedos, excesso de propagandas etc.), seja do ponto de vista da família
(acompanhamento dos pais, reflexão crítica das pessoas etc.). Todas essas informações
constituem, sem dúvida, a possibilidade de uma análise profunda acerca do
comportamento dos jovens e suas consequências para o futuro.
Além disso, deve o aluno que faz o ENEM perceber que tal
prova exige muito mais sobre conhecimento de mundo que conteúdos meramente
técnicos. Essa exigência, claro, também
faz parte da prova de Redação. O aluno deve estar preparado para desenvolver
qualquer tema a ele proposto, observando primeiramente a forma de seu texto
(parágrafos bem definidos, uso de conectivos adequados) e depois o seu conteúdo
(argumentos coerentes, exemplos concretos). Nesse ponto, cabe frisar a
importância de o candidato se informar sobre os mais diversos assuntos que o
rodeiam, lendo revistas e sites, pesquisando artigos e assistindo a jornais e
filmes. A junção da parte estrutural com os elementos argumentativos certamente
constituirá um texto coeso e coerente, como deve ser uma boa redação.
Assim, verifica-se que não há qualquer problema na escolha
do tema da Redação do Enem desse ano. A publicidade infantil faz parte de nossa sociedade
e merece, sem dúvida, uma maior reflexão por parte de nossos jovens. Não foi a
prova de Redação que criou esse assunto. Ele esta aí, presente. O problema é
que muitos não o veem da forma que deveriam.
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