O governo de Jackson Barreto vem sendo alvo de muitas críticas.
Muitas delas, merecidas. Entretanto, o governador tomou uma medida que há muito
se esperava de um mandatário sergipano: retirou o nome de ditadores brasileiros
de algumas escolas e praça de esportes do nosso Estado, numa recomendação da
Comissão Nacional da Verdade.
Ao se homenagear um vulto histórico, espera-se que dele surjam
referências dignas de um ser humano. Ainda mais numa escola, em que a formação
do jovem está acontecendo. Esse certamente era o caso mais alarmante da
contradição que era ter como nome da instituição o de um general ditador do
regime militar. Era o que acontecia nos colégios Pres. Médici, Costa e Silva e
Castelo Branco. Mudaram-se os nomes, respectivamente, para presidente Nelson
Mandela, símbolo da luta contra a segregação racial, prof. Paulo Freire,
reputado como um dos maiores educadores do Brasil e prof. João Costa, emérito
educador sergipano. Também houve mudança no nome do Estádio de Itabaiana,
chamado presidente Médici. Agora, será chamado de Etelvino Mendonça,
desportista daquela cidade.
Mais que uma mera mudança nos nomes, a alteração significa uma
correção, para que um momento lamentável de nossa História seja visto como
degradante que foi e não algo a ser exaltado. Momento histórico que,
infelizmente, é trazido por alguns como benéfico, chegando a ser pedido o seu
retorno em atos públicos ou na própria internet. Será muito importante agora
explicar o porquê das mudanças, destacando-se os atos opressores dos detentores
dos nomes retirados e os atos humanísticos dos detentores dos nomes que agora
chegam.
O único senão de todo esse processo se deve ao fato de a própria
população envolvida não ter sido ouvida no debate em alguns casos. O próprio
governador reconheceu esse erro no momento em que assinou o decreto que
promoveu a alteração. Realmente. Seria perfeito ter dado a palavra às pessoas,
numa celebração da liberdade de expressão justamente contra líderes
autoritários. Mas já se trata, sem dúvida, de um grande avanço em prol da
memória daqueles que lutaram em defesa de um mundo melhor.
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