A cidade de Conselheiro Pena, em Minas Gerais, tenta contratar um pediatra e um ortopedista há doze meses. Salário de 20 mil reais, somados todos os ganhos. Valor bem acima da média nacional. Em outra cidade mineira, chamada Manga, o salário é um pouco menor: 17 mil reais. A situação, porém, é a mesma: mais de três meses com falta de médico.
É preciso
observar que os exemplos acima vêm de um Estado da região Sudeste,
embora as cidades sejam pequenas. Nas regiões Norte e Nordeste, a
situação certamente é muito pior, devido à conhecida falta de condição
econômica da população, o que a faz depender muito mais da saúde
pública. Para se ter uma ideia, estão na região Norte somente 4% dos
profissionais brasileiros com registro nos conselhos de saúde.
Eis que o
Governo Federal, buscando acabar com essas lacunas de profissionais da
área da saúde em certas regiões do Brasil, resolveu adotar um programa
que, ressalte-se, já é adotado em diversos outros países. Médicos
estrangeiros para suprir as vagas em aberto e minimizar o sofrimento da
população. Não se trata de uma mera invasão de qualquer profissional.
Serão feitas provas que determinarão a condição do profissional,
atestando ou não sua capacidade para atuar aqui no Brasil.
E qual a
reação dos médicos? De revolta, de protesto, de indignação. Não querem
de forma alguma a chegada dos colegas estrangeiros. Ou seja: os médicos
brasileiros, que se formam e buscam trabalhar somente nos grandes
centros, nem vão para as pequenas cidades ou Estados mais distantes,
como também não querem que médicos de outros países o façam. A medida da
importação dos profissionais da saúde se mostra, muito mais que
interessante, realmente necessária. Que não se deem ouvidos aos que nada
fazem e estão descontentes com as melhorias.
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