Discurso proferido quando do recebimento do título de Cidadão
Lagartense.
Bom dia, senhora presidente Marta Maria de Carvalho Nascimento
Bom dia senhores vereadores
Bom dia a todos os presentes
Bom dia senhores vereadores
Bom dia a todos os presentes
Gostaria inicialmente de saudar o
vereador José Claudio Carvalho da Silva por me proporcionar essa demasiada
alegria de estar aqui perante vocês, nesse momento de muita honra e alegria,
recebendo o título de cidadão lagartense. Desde já, saibam que tudo aquilo que
sou hoje, seja no aspecto pessoal ou profissional, dedico especialmente a
meu pai, José Carlos Lessa Poconé e a minha mãe, Vera Lúcia Alves Poconé, que
me formaram e me guiaram pelos caminhos tortuosos dessa jornada a que chamamos
vida. Eles são os principais responsáveis de hoje eu estar aqui recebendo tão
importante homenagem.
Desde a última sexta-feira, ao informar
que hoje receberia essa tão valiosa honraria que sou contemplado com as mais
sinceras e elogiosas frases de amigos nas redes sociais. Em verdade, hoje vejo
como uma culminância de uma semana em que fui, certamente muito mais que
deveria, saudado como um novo lagartense. E das manifestações que
recebi com muito carinho, as de que mais gostei, sem dúvida, foram das pessoas
que se mostraram surpresas por acharem que efetivamente eu teria nascido aqui,
em Lagarto. Isso mostra como para todos, inclusive para mim mesmo, Lagarto já
se encontra há muito tempo como parte integrante de mim. Terra que me emociona
por seus vultos históricos, por sua gente cordial e por sua vontade de
crescimento. Terra de gente que não se contenta com pouco, que quer mais porque
sabe que merece mais. Porque é gente de bem, gente de força. Gente que não
merece nada mais do que a prosperidade, porque é isso que lhes é devido.
Aqui me sinto verdadeiramente em casa.
No meu lugar. No lugar que em 1980 meu pai, o Poconé do Banco do Brasil que muitos
aqui devem ter conhecido, veio com a família por estar mais próximo da capital
e que aqui acabou ficando por 12 anos. Terra onde passei, portanto, toda minha
infância, dos 4 aos 16 anos. Tempo da pipoca de seu Menino, do pastel e do
caldo de cana, do sorvete de flocos da Tri-Sabor, dos filmes de caratê às
segundas-feiras no Cine Glória, do Papai Noel da Casa Oriente e também o do
Armarinho Júnior, do jogo de time de botão com os amigos, do futebol às cinco
da manhã na quadra, das primeiras idas à festa da exposição, tantas lembranças
de um tempo que não volta mais e que por isso se tornou perfeito.
Tendo saído em 1992 para morar e
estudar em Aracaju, posso dizer sem hipocrisia que senti muita falta de
Lagarto. Mas sem jamais esquecer daqui, pois como bem disse o escritor
moçambicano Mia Couto: "O importante não é a casa onde moramos, mas onde,
em nós, a casa mora." E eu sabia a todo instante que a minha casa era
Lagarto, pois sempre a trouxe com muito carinho dentro do meu ser, mesmo
estando distante. Sempre foi a referência para mim do que chamamos de
"terra natal", o que sempre provocou muita saudade. Saudade do clima,
da terra, da gente. Saudade. Como no dizer do grande escritor Rubem Alves:
"A saudade é a nossa alma dizendo pra onde ela quer voltar". E foi
exatamente isso que aconteceu. Voltar a Lagarto. Se a tristeza da saída foi
grande, a alegria da volta foi bem maior. E eis que em 2004, num misto de
armadilha do destino e de vontade inconsciente, retornei a minha terra, a
Lagarto, dessa vez já como servidor do Tribunal de Justiça. Como Escrivão de
Justiça, sempre buscando atender bem às partes e advogados que diariamente
comparecem à 1ª. Vara Cível.
E aqui mesmo, no lugar em que mais
aprendi na vida, especialmente no Centro Educacional Nossa Senhora da Salete da
saudosa d. Adelina, voltei a lecionar, uma das paixões da minha vida. E das
salas de aula de cursinhos para vestibular, cheguei ao Colégio José Augusto
Vieira, onde estou há quase 10 anos e aos cursinhos para concurso e
vestibulares, até hoje ser professor e coordenador do Mega Curso, um sonho
realizado nesse ano. E do espaço físico da sala de aula, alcancei o virtual
graças aos convites do amigo Laelson Correia do site Lagartense e mais
recentemente do amigo Alexandre Fontes do site Lagarto Notícias, como também ao
amigo Aloísio Andrade, com participações na Juventude FM, com os programas
"Não tenha medo do português" e "Não tenha medo do Enem",
ligados à área da educação.
Hoje sou saudado da forma que mais me
alegra e me satisfaz. "Professor", dizem as pessoas por onde passo.
São alunos, pais de alunos, ouvintes do rádio ou leitores de sites que me
saúdam dessa forma e a quem respondo sempre com muita alegria. Porque ser
professor está além de ser um mero transmissor de informação. Professor é o mestre,
palavra que vem do latim magister que
significa "o que guia, o que conduz". Professor é o educador do latim
educator que significa "o que
cria, o que nutre". E é isso sinceramente que busco em minhas
participações seja na sala de aula ou nos demais ambientes: guiar, conduzir,
nutrir a busca pelo conhecimento. Pelo reconhecimento, pareço estar alcançando
esses meus objetivos. Quisera eu que todos os colegas professores tivessem esse
mesmo reconhecimento por parte da sociedade brasileira. Mas esse tempo haverá
de chegar, espero.
E aqui estou eu. Morador do bairro
Loiola, com minha esposa Elisângela, amor da minha vida, criando minhas filhas
Sofia e Cecília, meus tesouros que a vida me deu, na cidade que amo. Seguindo
os passos do velho Poconé. Não tenho parentes aqui. Mas posso dizer que é aqui
o lugar onde reside a maioria dos meus amigos. Amigos de infância, alguns aqui
presentes. Amigos de um tempo mais recente, também aqui presentes. E tantos
outros que não puderam comparecer. Aqui é a minha terra. O lugar que se me
perguntam de onde sou, digo com grande honra: sou de Lagarto. Sempre respondi
assim. Porque esse era o fato. E hoje, nesse momento de grande alegria, recebo
a dádiva de também poder dizer, de direito: sou lagartense. Com muita honra.
Muito obrigado.
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