Se as pessoas, de modo geral, evitam a política por achar o
assunto chato e já terem o conceito previamente definido de que "todo
político é ladrão", nessa última semana ganharam ainda mais argumentos que
comprovam esses dois pensamentos.
Foi uma verdadeira avalanche de acontecimentos que transformou a
classe política brasileira num lamaçal semelhante ao que chocou o Brasil e o
Mundo com o rompimento da barragem de Mariana, no Estado de Minas Gerais. Um
mar de lama que deixou a todos atônitos, tamanha a sua força e os efeitos que
produz. Isso em diversos níveis, notadamente Estadual e Federal. Ninguém parece
estar ileso dos efeitos dessa correnteza, que vai levando quem encontra pela
frente, numa força desmedida tal qual a que vimos na tragédia mineira.
E nesse lodaçal encontramos Senador da República sendo preso após
planejar fuga de investigado pela Justiça, Deputados Federais e Deputados
Estaduais cassados pelo escândalo das subvenções e, finalmente, um Presidente
da Câmara dos Deputados que, após a comprovação de uma série de crimes por ele
praticados ainda permanece no cargo e consegue a proeza de chantagear a
Presidente da República. Parece que chegamos definitivamente ao refrão da
música do sambista Bezerra da Silva: "Se gritar ´Pega ladrão!´, não fica
um meu irmão".
O cenário, seja em Mariana, seja nas Casas Legislativas, é
desolador. A solução parece estar muito distante, ou mesmo impossível. Mas se
espera que a natureza, no caso mineiro, seja capaz com sua força de
reestabelecer o meio ambiente. Da mesma forma que, no âmbito da política, o
povo brasileiro saiba como "limpar" de nossa sociedade esses detritos
que estão agora expostos. O trabalho, em ambos os casos, é extremamente árduo.
Porém, temos que acreditar que de todas essas tragédias, algo de bom apareça e
transforme esse mar de lama em águas límpidas, como bem merece o povo
brasileiro.
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