Era o período da Ditadura Militar. Em 1964, o ex-presidente
Juscelino Kubitschek foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento, sob
a forte pressão daqueles que reprimiram o povo brasileiro por 25 anos. Período de exceção, a legislação vigente
ficava em segundo ou terceiro plano. A força era o que valia e, certamente, o
medo de um líder popular como JK retornar ao maior posto da República se
tornava o principal ou único motivo.
Eis que a pouco menos de um mês de completar 52 anos, vemos
a força sobrepujando os conceitos democráticos e de garantias ao cidadão que
pareciam sedimentados pela Constituição de 1988 e toda Legislação vigente. Num
espetáculo que visou muito mais à humilhação do que a qualquer critério jurídico,
novamente um ex-presidente, líder popular e com pretensões a retornar ao cargo
é conduzido coercitivamente para prestar depoimento, tal qual ocorrera quando
da instalação do período ditatorial.
Ressalte-se que não estavam presentes as condições que
normalmente antecedem a adoção dessa medida de força. De certa forma comum em
nosso país, a condução coercitiva é adotada quando aquele que é intimado a
comparecer perante a autoridade judiciária não se apresenta, parecendo obstruir
os trabalhos da Justiça. É fato notório que não é o caso. O ex-presidente Lula
sempre que convocado, compareceu e prestou os devidos esclarecimentos. Por isso
toda a estranheza que tomou conta da comunidade jurídica, fazendo até ministros
do STF e ex-ministros da Justiça se mostrarem perplexos com a adoção de tal
medida.
Óbvio que o ex-presidente não deve ter um tratamento
diferenciado e ser tratado como um cidadão comum. Mas isso para o bem e para o
mal. Se não deve ter regalias, também não deve ser tratado como um inimigo de
todo o sistema. Pelo contrário. Se não é um cargo público, a imagem de
ex-presidente deve sim ser preservada e respeitada. E não servir como símbolo
da arrogância e prepotência de alguns que querem utilizar os instrumentos
legais para direcionar o futuro político de nosso país, já mirando as eleições presidências
de 2018.
Pois parece que o tiro saiu pela culatra. O que antes
adormecia, acordou, diante da arbitrariedade cometida. E se antes uma
candidatura se mostrava apenas possível, agora está mais forte do que nunca, com
as manifestações de apoio popular por todos os cantos do Brasil. O primeiro
ex-presidente levado à força num período democrático poderá tentar o seu
retorno. Isso se não cometerem outros atos de agressão aos seus direitos como
os que ocorreram nesse dia 04 de março.
Nenhuma crítica ao governo, nenhuma!
ResponderExcluirNão levo em consideração suas publicações, pois todas são direcionadas a defender uma determinada corrente política. Gostaria de saber se entre suas fontes de renda existe alguma de Cargo em Comissão? Pois percebo características semelhantes ao que escrevem os defensores bem pagos do governo.
Ah! JK foi um maldito populista que fez com que o Brasil contraísse uma dívida astronômica, e que tem efeitos negativos até os dias de hoje. Imparcialidade não é uma qualidade que vejo no que escreves. Afaste-se da paixão e reflita sobre o que realmente será benéfico às gerações futuras do nosso país. Não confunda minha opinião com defesa de golpe militar ou idolatria a politico de partido "A" ou "B". Entenda que eu, como milhões de brasileiros, estamos sofrendo com a podridão de um governo que luta com todas as forças contra a transparência e honestidade que sempre se disse defender. Além de tantas outras contradições em que mergulhou esse governo medíocre, que provoca o aumento da violência, que degrada o sistema de saúde pública, que destrói a educação pública, e faz propaganda como se tudo estivesse uma maravilha. Tenho nojo e vergonha de gente que defende canalhas através de textos manipulados e deturpados do ponto de vista histórico.
Caro desconhecido. Não o chamo nominalmente, pois não se identificou. Em primeiro lugar, informo, já que pergunta, que nada recebo do Governo Federal e não tenho cargo em comissão. Apenas escrevo conforme o direcionamento político que penso ser o mais adequado para a população brasileira. Um governo voltado para a política social e não preso a interesses dos grandes investidores e de uma elite opressora. Achei curioso você dizer não levar em consideração as publicações do blog e, ao mesmo tempo, tecer comentários sobre essas mesmas publicações. Da mesma forma, não tenha nojo e nem vergonha. Apenas saiba que tenho minhas convicções, enquanto você tem as suas. E assim o debate vai sendo construído, cada um defendendo aquilo em que acredita. No mais, obrigado pela participação e continue lendo as postagens do blog. Grande abraço.
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