sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sexo virtual


SEXO VIRTUAL – por Moacir Poconé

A conexão estava prestes a ser estabelecida. Mal podia esperar depois de tantos downloads de espera. Era um pendrive de 8 gigas, já experiente e aquela seria mais uma conexão dentre várias outras que já tivera. Havia apenas uma novidade: a porta USB ainda era virgem, jamais recebera a entrada de qualquer equipamento. Isso o deixava ainda mais excitado. Ser o primeiro significaria ficar para sempre em sua memória. Isso até que fosse preciso formatar o hd.

Aproximou-se silenciosamente. Estava inexplicavelmente nervoso. Seus circuitos pareciam prestes a ter um curto ao ver aquela porta USB aberta, prontinha para recebê-lo. Tirou a capa e introduziu levemente o seu conector. Mas a porta USB parecia não aceitar seu equipamento. Era preciso ter um pouco de paciência, afinal era a sua primeira vez. Com jeitinho, acabou encaixando. Pôde sentir todo o volume sendo transferido. Certamente, seria preciso fazer um upgrade na memória, pois logo, logo iria ficar cheia. Não poderia correr esse risco.

De repente, silêncio. Algo estranho acontecera. O pendrive não funcionava. A memória teria sido danificada? Não. Muito pior. Era a placa mãe. Quando ninguém esperava, ela apareceu durante o processo, prejudicando todo o clima. Como explicar que não era aquilo que ela estava vendo? Inventou-se uma desculpa. A porta USB já tinha uma resposta pronta: “Dei só o meu twitter. Ele não pegou meu Orkut, não.” A placa mãe suspirou relaxada. “Dos males, o menor”. Facebook, twitter, ainda vá lá. Mas para ela, mesmo sendo uma placa mãe da última geração, das modernas, dar o Orkut logo na primeira vez era demais.

Deixou os dois a sós novamente. Não demorou e o disco voltou a ficar rígido. A porta USB funcionava sem parar, sem dar tréguas, fazendo o pendrive sentir algo novo. Nunca antes isso acontecera. Mas ainda havia um grande risco. Haviam esquecido do perigo dos vírus. Como puderam? Imediatamente, lembraram do baixaki. Um avg atualizado resolveria o problema. Em dias como os de hoje não se pode arriscar. Pausa para se conseguir a vacina. Num instante estavam devidamente protegidos. Poderiam retomar a conexão. O pendrive estava mais à vontade. Já entrou na porta USB de uma forma mais ágil. Uma delícia de conexão. Os dados foram transferidos integralmente. Para a primeira vez, não poderia ter sido melhor.

A porta USB pensou até em descansar, mas o pendrive ainda estava ativo. Ele queria aproveitar que a placa mãe estava distraída, testando uma nova placa de vídeo. Era muito moderna, já dissemos. Sem que ela percebesse, o pendrive buscou logo nova conexão com a porta USB. Quem sabe dessa vez ele não conseguia o seu Orkut?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eu voltei, agora pra ficar... (ou o mundo sem computador)


EU VOLTEI, AGORA PRA FICAR... (OU O MUNDO SEM COMPUTADOR) – por Vicente Bezerra

Eu voltei, agora pra ficar...

Pois é, caros seis leitores. Estou de volta depois de um grande hiato e nesse tempo muita coisa aconteceu (o reconhecimento do STF à união gay por exemplo). Se um de vocês estudar pela nova cartilha do MEC, provavelmente não saberá o que é um hiato, no sentido gramatical. Pela cartilha, qualqué um de voçêis podi istudá, mermo sem sabê lê. Basta ser entendido e entender. ¨Entendido¨ não no sentido homossexual pejorativo.

Aliás, nesse hiato se falou muito num tal de kit gay. Seria uma cartilha (outra?), distribuída nas escolas pelo MEC (de novo?), a fim de explicar aos jovens que “gay também é gente, baiano fala oxente e come vatapá”. Visa evitar ou diminuir o preconceito, mas não a polêmica. Vocês calculem que cogitaram distribuir a cartilha no ensino fundamental, para crianças de sete, nove anos. Bolsonaro quase enfarta. Já não bastava a cagada no Enem. Esse ministro já deu o que tinha que dar (no bom sentido), Dilma.

Por falar em kit gay, esses dias um poeta sergipano virou notícia. Por ser gay? Não, embora seja e queira fazer bandeira disto. O motivo é que o incauto tirou fotos sensuais (ele diz que são artísticas - talvez,surreais) dentro de um museu, um prédio público histórico e tombado, que serviu de palácio de governo do citado estado entre o séculos XIX e XX. Araripe Coutinho, o poeta em questão (muito bom, por sinal), fez um ensaio sensual de pouco gosto. Entre a paisagem histórica posou com uma singela flor a cobrir-lhe suas vergonhas (ou as que deveria ter). Disse o poeta que se fosse a loira do tchan a posar, ninguém falaria nada. Eu falo: estaria igualmente equivocada. Não satisfeito, levantou a bandeira gay, dizendo que estava sendo discriminado por isso. Respeito às instituições, mesmo que não se goste ou concorde com as mesmas, independe de sexo, ou no caso, opção sexual. Parece que a condição de homossexual está sendo usada como forma de escudo, para muita gente se esconder sob esse argumento e agir como bem entender e não ser questionado.

Voltando ao hiato, queridos seis leitores, fiquei afastado por uma série de fatores, mas um em particular: o computador quebrou. A filha da mãe da placa mãe resolveu queimar (não a rosca). Estou digitando este texto em um apertado (cuidado com a mente poluída) netbook emprestado. O fato de estar há quase um mês sem computador me fez refletir em como seria o mundo sem essas máquinas. É uma idéia amadurecendo sobre uma crônica ou conto sobre o assunto, nos moldes da série que passa no History Channel chamada “o mundo sem ninguém”. Seria o ¨mundo sem computador¨.

Nesse período de afastamento, o “Deu na telha” fez um ano. Nem na mais otimista das expectativas passou pela minha cabeça e na de Moacir que completaríamos tal tempo. Muito menos tivéssemos tantas visitas (quase sete mil). Mais surpreso ainda ficamos com os acessos dos mais longínquos locais do globo (não o canal). Parabéns a nós, sem modéstia. E muito obrigado aos leitores, aos que participam comentando e aos que só lêem. A vocês seis, muito obrigado.

E pra não perder a oportunidade: Hiato é o nome que se dá à ocorrência de dois sons vocálicos em sílabas adjacentes. O hiato diferencia-se de um ditongo e de um tritongo pelo fato de ser constituído por duas vogais e, consequentemente, ser pronunciado em dois esforços de voz. (fonte:wikipedia)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um ano de Telha!

UM ANO DE TELHA! - por Moacir Poconé

Parece mentira, mas o “Deu na telha” completou um ano de existência nessa semana. Foram 99 postagens nesse primeiro ano (essa é a centésima!) e um número de visitas que chega a quase sete mil. Nós, os idealizadores do blog, jamais pensamos que houvesse ao mesmo tempo essa duração e esse número de leitores.

Nesse primeiro ano, falou-se de tudo no Telha. Muito destaque à Copa do Mundo da África, passando por questões ambientais (como o vazamento no Golfo do México, a postagem mais visitada), comportamento, música, cinema, variedades, enfim. A política também teve muito destaque, com a eleição presidencial que teve a vitória da primeira mulher presidente do Brasil. Como não poderia deixar de ser, o futebol nacional recebeu várias postagens, como a volta de Ronaldinho e o título do Fluminense. Não poderíamos deixar de mencionar a brilhante participação de amigos colaboradores que tiveram a sessão “Segunda sem lei” para expor suas opiniões e tratar de temas como censura, deficiências, asilos, música, futebol e até assuntos mais prosaicos como a vida dos canhotos.

Tragédias também ocorreram e foram analisadas de forma ímpar no Telha. O maremoto no Japão e o iminente risco de um acidente nuclear, as chuvas no Rio de Janeiro, o ataque do psicopata em Realengo receberam outras visões, outras análises. Talvez seja essa a maior importância desse blog: apresentar uma outra forma de se ver os fatos, às vezes de forma mais humorada, outras vezes com comparações inusitadas que sequer poderia se imaginar. E a liberdade de expressão se estendeu a nossos leitores, que contribuíram e complementaram textos, trocaram ideias ou discordaram de posicionamentos através de mais de uma centena de comentários. A polêmica, claro, esteve presente em alguns desses momentos, mas não existe liberdade de expressão sem opiniões diversas ou até mesmo opostas.

Um ano, enfim, de “diversos assuntos que, por uma razão ou outra, mereceram mais do que apenas um minuto de atenção”, como anuncia a intenção de nosso blog. O objetivo, sem dúvida, foi alcançado e esperamos que assim seja por muitos e muitos anos. Vida longa ao “Deu na Telha”!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Os fins justificam os meios?


OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS? – por Moacir Poconé

O assunto dessa semana, sem dúvida, foi a morte do terrorista Osama Bin Laden. Procurado há dez anos pela maior potência mundial, Osama parecia ser inalcançável. Driblava o poderoso setor de inteligência dos Estados Unidos e, de tempos em tempos, aparecia num videozinho feito em um fundo de quintal ameaçando seus inimigos, numa comprovação de que estava vivo. O que mais nos chamou a atenção, no entanto, não foi o fato do terrorista ter morrido. Imaginávamos que isso mais cedo ou mais tarde iria acontecer. Na verdade, os procedimentos adotados na operação, sejam anteriores, posteriores ou mesmo durante o ato em si é que merecem ser analisados de forma mais cuidadosa.

Comecemos pelo início. O chefe da CIA, serviço de inteligência dos Estados Unidos confirmou em entrevista que foram usados métodos de tortura em uma pessoa para se conseguir informações a respeito do paradeiro de Osama. Isso no governo de Barack Obama, presidente que entre outras propostas de governo prometeu desativar a base militar americana em Guanánamo, Cuba, devido às suspeitas de tortura naquele local. O chamado “water boarding” simula um afogamento, sendo o preso colocado de cabeça para baixo, preso numa tábua, enquanto seu algoz joga baldes de água em seu rosto. Certamente, uma técnica de tortura dentre várias outras que foram usadas para se alcançarem os objetivos desejados. Os fins justificam os meios?

Vamos ao “durante”, à ação em si. Apesar de informações desencontradas, sabemos que Osama se escondia em uma casa bem estruturada no Paquistão. Numa invasão que durou cerca de quarenta minutos, vinte militares da marinha americana invadiram a mansão em que se escondia o terrorista. Noticiou-se então que morreram , além de Osama, três homens (um era seu filho) e uma mulher. Osama morrera com um tiro na cabeça. Ao que consta, não estava armado. Pergunta-se: não havia a possibilidade de prendê-lo, para que fosse julgado? Há muito tempo, o homem abandonou o preceito de se fazer a chamada “justiça com as próprias mãos” e para isso criou um ordenamento jurídico que prevê a necessidade de realização de um julgamento justo, independente do crime cometido. Certamente, isso não foi cogitado durante a ação para que os resultados fossem obtidos. Os fins justificam os meios?

Segue-se o “depois”. O governo americano informou que o corpo de Osama foi sepultado no mar, seguindo os preceitos da religião muçulmana. Isso não parece corresponder à verdade. No site “Observatório de Relações Internacionais, tem-se a fala do imã Abduljalil Sajid, diretor do Conselho para Harmonia Religiosa e Racial da Grã-Bretanha, que diz “seriam necessários quatro passos: a lavagem do corpo, envolvê-lo em panos brancos, ritos religiosos e o sepultamento”. Segundo ele, não há a necessidade da presença de um imã, mas os procedimentos devem ser conduzidos por pelo menos um muçulmano que “saiba o mínimo das leis islâmicas para funerais”. Não é possível saber se alguém assim esteve presente, dadas as informações disponíveis. Além disso, Sajid diz que é correto o funeral no mar quando alguém morre durante uma viagem marítima, mas não foi o caso. De acordo com o governo americano, o tal sepultamento no mar foi escolhido para se evitar que o local do corpo onde o terrorista fosse enterrado se tornasse um centro de peregrinos extremistas. Os fins justificam os meios?

Por fim, a pergunta que se repetiu por todo o texto e que busca ainda sua resposta: os fins justificam os meios? A depender do crime, da pessoa, do mal que fez, do contexto enfim, pode uma outra pessoa ou, nesse caso, um país agir da forma que achar mais conveniente para satisfazer seu desejo de vingança? Que cada um encontre a sua resposta, usando as convicções que achar necessárias e formando o juízo que achar mais correto.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Segunda sem lei - Deficiências


DEFICIÊNCIAS - por Camila Silva Santos*

Há vários tipos de deficiências, mas irei citar três bastante conhecidas que são: deficiência visual,deficiência motora e deficiência auditiva. Será que os não portadores das deficiências fazem com que os portadores se sintam à vontade?

Não. Porque se deixássemos deficientes à vontade sem olhá-los com inferioridade, muitos deles em vez de estarem em casa sem fazer nada, sofrendo por ter que passar mais um dia esperando pelos outros, lamentando a dificuldade e pensando como vai ser desesperador quando seus pais morrerem , sentindo-se um nada em vez de estar na escola procurando fazer de seu destino um destino diferente, capazes de exercer qualquer profissão.

Mas como?

Se por conta das escolas também, públicas em sua maioria não possuem rampas, banheiros próprios para deficientes, na verdade não há estrutura para receber um deficiente de forma confortável.

Pois se coloquem na situação de um deficiente visual que não enxerga absolutamente nada. Façam uma experiência: fechem os olhos e tentem ficar com os olhos fechados por apenas 1 minuto para vocês sentirem na pele a agonia que dá não enxergar absolutamente nada e tudo o que você é algo escuro,mas mesmo assim você tenta ser feliz.Ou ao chegar ao Banco do Brasil ou qualquer outro banco coloque as mãos no “pergaminho” e feche os olhos ,para vocês verem como é terrível não ter visão e precisar de um ”pergaminho” para saber qual direção seguir primeiro .

Sendo que quem não é totalmente deficiente visual e tem que usar óculos com o grau um pouco maior, sofre várias zombarias, comprovo a afirmação com o texto abaixo, que contém fatos reais.

História de uma pessoa que em um determinado tempo passou pela situação abaixo.
Um rapaz na verdade um sonhador que não era totalmente deficiente visual, usava óculos com um grau um pouco forte, e na escola era chamado de “quatro olhos”, mas mesmo assim encarava a vida normalmente mesmo passando por constrangimento. Então esse sonhador depois de ter passado por vários exames de visão, teve que usar óculos escuros, pois além do problema de visão e de ter que usar um grau forte a lente teria que ser escura,por conta da luz solar. Assim quando ele começa a ir a escola à tarde de óculos escuros seus colegas começam a criticar, humilhar e zombar dele.

Por causa disso esse deficiente fica bastante constrangido. O pior é que ele não tem culpa do problema que tem mas passa humilhação por ter. Então o que ele faz? Desiste?

Não. Ele vai com toda garra e supera todo e qualquer preconceito existente em sua turma, mostrando que não é inferior a qualquer pessoa que o queira humilhar, e hoje ele exerce sua profissão de forma maravilhosa se satisfazendo e satisfazendo seus companheiros de trabalho.

Perceba que não há deficiência que desmotive grandes sonhadores e que por trás de deficientes existem grandes vencedores.

Mensagem deixada pelo portador:
“A luz não se apaga para aqueles que carregam a chama da força de vontade, pois as conquistas são frutos que colhemos no jardim da esperança. Só é preciso acreditar em nós mesmos, pois o sol nasce a cada manhã e com eles janelas de oportunidades.

* Camila Silva Santos, estudante do 1º ano do ensino médio, gosta muito de visitar os amigos, de ler nas horas vagas e de escrever o que dá na telha.

Os textos da "Segunda sem lei" são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos criadores deste blog.