O que mais impressiona nos fatídicos acontecimentos do
último final de semana ocorridos na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do
Sul, não é o fato de uma boate sem licença para funcionamento estar lotada com
mais de duas mil pessoas.
O que mais impressiona não é saber que um componente da banda
musical que se apresentava usou um sinalizador como elemento pirotécnico, num ambiente
fechado, o que causaria toda a tragédia.
O que mais impressiona não é descobrir que a casa de show não
tinha saída de emergência, que os extintores não funcionaram e que o próprio
material usado para o isolamento acústico seria um agravante naquela situação.
O que mais impressiona não é a notícia de que os seguranças
da boate impediram diversas pessoas de saírem logo no início do incêndio, pois
não tinham as comandas de consumo pagas.
O que mais impressiona não é notar que em quase todas as
cidades do Brasil existem ambientes como aquele, recebendo milhares de pessoas
e que não há uma legislação federal que trate do assunto.
O que impressiona realmente é ver mais de duzentos jovens
sendo enterrados pelos pais, numa transgressão da ordem natural das coisas. A
maior de todas as dores. Uma violência que não tem nome, que se evita nela
pensar. E que assolou o Brasil desde o último domingo.
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