ALÉM DO ALÉM – por Vicente Bezerra
Estamos assistindo a uma verdadeira onda de produções midiáticas em apologia ao Espiritismo. Filmes, novelas e séries feitas em profusão. Por quê?
O maior canal de televisão do país é um dos veículos que está na ponta da divulgação e disseminação da doutrina espírita no país. Não é de hoje que a Globo namora o tema. Novelas como “Alma gêmea” e “A viagem” deram o pontapé inicial na produção dos folhetins com essa temática, entre outros exemplos. “Escrito nas estrelas” e “ A cura” corroboram a intenção da rede em propagar o credo de seu mentor, Roberto Marinho.
Só para ilustrar esse interesse, o último programa “Fantástico” dedicou boa parte de sua duração em uma reportagem sobre Chico Xavier e seus códigos para que identifiquem uma mensagem sua do além. Prometeu com alarde durante a semana revelar tal segredo. Prendeu o telespectador durante uma boa parte do horário “nobre” do domingo, para não revelar nada.
O cinema nacional também tem produzido obras espíritas. “Bezerra de Menezes”, “Chico Xavier” e a superprodução “Nosso Lar”, este último de custeio e produção por empresas privadas, refletem esse “boom” do espiritismo. A que se deve isso?
É sabido que a religião católica tem perdido adeptos no país, sobretudo para os evangélicos neopetencostais (Igrejas Renascer e Universal). Uma das formas de reação da Igreja, tem sido o movimento carismático e os padres cantores (Pe. Fábio, Pe. Marcelo Rossi etc). A igreja tem procurado amolecer sua catequese rígida, aproximando seus atos aos dos evangélicos. Aliado a isso, é notório também que o católico é tolerante ao espiritismo, e muitos são seus simpatizantes. Some-se ainda que grande parte dos seguidores do espiritismo são das classes média e alta, formadores de opinião.
O que se quer dizer com isso? Como o Brasil é o maior país espírita do mundo (segundo a revista Veja, é o único país espírita), e, sabidamente, a maior nação católica, tem-se um grande mercado consumidor para a produção espírita. O filão da literatura espírita há muito já lucra com isso. Que nos diga Zíbia Gasparetto (aliás existe uma grande indústria por trás da grife Gasparetto).
Com certeza, o valor para anunciar no “Fantástico” no último domingo estava mais caro. Como também o interesse de grandes empresas em realizar uma superprodução cinematográfica de porte hollywoodiano, não se deve apenas em transmitir a mensagem de Kardec (muitos produtores penam para ter apoio em seus filmes, o que só acontece através de lei que isenta de impostos as empresas que contribuem).
De boas intenções, o inferno está cheio.
Vicente, parabéns pela coragem de mexer num vespeiro, pois existe aquela tríade -Futebol, Política e Religião- não se chega a um denominador comum numa discussão. Mas, estou do seu lado. Concordo que por trás disso tudo, está o dinheiro principalmente. Imagine se quiserem fazer um filme por cada psicografada de Chico Xavier? Ah, e parabéns também pela data natalícia esta semana, amigo! Um abraço!
ResponderExcluirWanderley