quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A maior de todas as dores




O que mais impressiona nos fatídicos acontecimentos do último final de semana ocorridos na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, não é o fato de uma boate sem licença para funcionamento estar lotada com mais de duas mil pessoas.

O que mais impressiona não é saber que um componente da banda musical que se apresentava usou um sinalizador como elemento pirotécnico, num ambiente fechado, o que causaria toda a tragédia.

O que mais impressiona não é descobrir que a casa de show não tinha saída de emergência, que os extintores não funcionaram e que o próprio material usado para o isolamento acústico seria um agravante naquela situação.

O que mais impressiona não é a notícia de que os seguranças da boate impediram diversas pessoas de saírem logo no início do incêndio, pois não tinham as comandas de consumo pagas.

O que mais impressiona não é notar que em quase todas as cidades do Brasil existem ambientes como aquele, recebendo milhares de pessoas e que não há uma legislação federal que trate do assunto.

O que impressiona realmente é ver mais de duzentos jovens sendo enterrados pelos pais, numa transgressão da ordem natural das coisas. A maior de todas as dores. Uma violência que não tem nome, que se evita nela pensar. E que assolou o Brasil desde o último domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário