sexta-feira, 29 de março de 2013

Lava-pés



A imagem da Semana Santa, sem dúvida, é a do novo papa, Francisco, no tradicional ritual do lava-pés. Exemplo de humildade, foi o próprio Jesus Cristo quem, originalmente, lavou os pés dos apóstolos, numa simbologia até hoje transmitida geração após geração.
 
Na Semana Santa, é comum padres e mesmo o papa ao realizarem a missa da quinta-feira da Semana Santa fazerem uma cerimônia semelhante, lavando os pés de homens, numa comparação ao ato de Jesus. Tal prática seria realizada há séculos e é elemento de grande importância nesse evento do catolicismo.

A inovação de Francisco foi de ter saído dos muros do Vaticano e ter ido a um centro de detenção para menores infratores. Lá, o papa argentino lavou e beijou os pés de doze pessoas, todas elas internas, condenadas pelos mais variados motivos como roubos e até homicídios. Mas ainda houve um outro fato, que chamou ainda mais a atenção de todos: entre as doze pessoas havia duas mulheres, inclusive uma delas de origem muçulmana.

O ato, assim, trouxe uma simbologia ainda maior do que normalmente já possui. Não se sabe de notícia acerca de mulheres que tivessem participado do ritual. Isso porque as pessoas representam os apóstolos, sabidamente todos homens. O ato de Francisco traz uma visão da Igreja que sobrepõe a diferença de gêneros e também de crenças. Um exemplo a ser seguido por todos nós.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Uma raposa no galinheiro



 A Comissão de Direitos Humanos e Minorias possui objetivos bem específicos. Dentre eles destacam-se:  receber, avaliar e investigar denúncias de violações de direitos humanos; cuidar dos assuntos referentes às minorias étnicas e sociais; contribuir para a afirmação dos direitos humanos. É, enfim, o porto seguro daqueles que, por fazerem parte de uma minoria, podem sofrer com o preconceito da sociedade.
 
Eis que, nos últimos dias, o espanto tomou conta das pessoas. Foi nomeado como Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias o pastor Marco Feliciano, deputado federal pelo PSC de São Paulo. Numa dessas cotas que o governo federal acaba fazendo para ter a chamada “governabilidade” a vaga de presidente da comentada comissão coube ao PSC. E o indicado, então, foi o pastor Feliciano.

Seu passado de intolerância é muito conhecido. Frases que denotam discriminação a negros, homossexuais e artistas foram relembradas na internet, inclusive com a manifestação de famosos. Como a comissão que deveria cuidar dos abusos que diariamente as minorias sofrem poderia ser presidida por alguém com o perfil de Feliciano? Uma contradição, sem dúvida, que fez com que ativistas, representantes de ONGS, outros políticos e até  mesmo religiosos se manifestassem contra o pastor.

A sociedade civil logo se organizou. Um abaixo-assinado exigindo sua saída vem sendo preparado, mas o odiado pastor permanece inabalável. Em vez de deixar o cargo, quer aproveitar o episódio para alçar voos maiores. Depois de dizer que os negros são pessoas amaldiçoadas e que a Aids é o câncer gay, afirmou hoje (15/03) que pretende se candidatar à Presidência da República em 2014. A raposa quer muito mais do que um simples galinheiro.

A importância da leitura



De todos os males que acompanham a juventude em seu âmbito educacional, sem dúvida, a falta de leitura é o maior de todos. O prazer de se deleitar com um bom livro, com uma boa história vem sendo cada vez mais posto de lado por nossos estudantes. Contam-se nos dedos, numa sala de aula, o número de alunos que, voluntariamente, estão lendo alguma coisa.
 
Alguns estudiosos do assunto falam sobre a dinamicidade que o computador (tido como grande rival dos livros) possui. O ambiente virtual, com imagens, sons, links, interatividade não encontraria parelha no chamado livro tradicional, com suas páginas e palavras, simplesmente. O jovem, dessa forma, sentiria tédio por estar lendo (ou somente lendo). Parece que chegamos a um tempo em que as pessoas não leem mais livros e sim somente trechos de livros. A pressa, além de inimiga da perfeição, vem se tornando inimiga também da educação.

O prejuízo é enorme. Erros de ortografia, acentuação, pontuação e de pronúncia são evidentes nos que não leem. Tudo isso aliado à falta de conhecimento sobre os fatos que acontecem no Brasil e no mundo, que faz com que o alheamento seja uma característica quase inerente ao jovem de hoje. Além disso: o jovem estudante que lê (mesmo sendo raro, ainda existe) é visto muitas vezes como um espécime diverso, alguém que está fora do contexto e que por vezes sofre bullying daqueles que consideram a leitura algo antiquado ou de gente idiota.

As famílias precisam ter consciência dessa necessidade de levar a leitura aos jovens. Pesquisas mostram que filhos de pais leitores tendem a se tornar leitores. O simples fato de adultos terem livros em casa já serve de estímulo para as crianças. Transformar o livro num objeto que faça parte do dia-a-dia, não somente nas escolas mas nas casas das pessoas, sem dúvida, é o grande desafio para a educação de hoje.