domingo, 15 de novembro de 2015

Ser lagartense







Discurso proferido quando do recebimento do título de Cidadão Lagartense.



Bom dia, senhora presidente Marta Maria de Carvalho Nascimento
Bom dia senhores vereadores
Bom dia a todos os presentes


Gostaria inicialmente de saudar o vereador José Claudio Carvalho da Silva por me proporcionar essa demasiada alegria de estar aqui perante vocês, nesse momento de muita honra e alegria, recebendo o título de cidadão lagartense. Desde já, saibam que tudo aquilo que sou hoje, seja no aspecto pessoal ou profissional, dedico especialmente a meu pai, José Carlos Lessa Poconé e a minha mãe, Vera Lúcia Alves Poconé, que me formaram e me guiaram pelos caminhos tortuosos dessa jornada a que chamamos vida. Eles são os principais responsáveis de hoje eu estar aqui recebendo tão importante homenagem.


Desde a última sexta-feira, ao informar que hoje receberia essa tão valiosa honraria que sou contemplado com as mais sinceras e elogiosas frases de amigos nas redes sociais. Em verdade, hoje vejo como uma culminância de uma semana em que fui, certamente muito mais que deveria, saudado como um novo lagartense. E das manifestações que recebi com muito carinho, as de que mais gostei, sem dúvida, foram das pessoas que se mostraram surpresas por acharem que efetivamente eu teria nascido aqui, em Lagarto. Isso mostra como para todos, inclusive para mim mesmo, Lagarto já se encontra há muito tempo como parte integrante de mim. Terra que me emociona por seus vultos históricos, por sua gente cordial e por sua vontade de crescimento. Terra de gente que não se contenta com pouco, que quer mais porque sabe que merece mais. Porque é gente de bem, gente de força. Gente que não merece nada mais do que a prosperidade, porque é isso que lhes é devido.


Aqui me sinto verdadeiramente em casa. No meu lugar. No lugar que em 1980 meu pai, o Poconé do Banco do Brasil que muitos aqui devem ter conhecido, veio com a família por estar mais próximo da capital e que aqui acabou ficando por 12 anos. Terra onde passei, portanto, toda minha infância, dos 4 aos 16 anos. Tempo da pipoca de seu Menino, do pastel e do caldo de cana, do sorvete de flocos da Tri-Sabor, dos filmes de caratê às segundas-feiras no Cine Glória, do Papai Noel da Casa Oriente e também o do Armarinho Júnior, do jogo de time de botão com os amigos, do futebol às cinco da manhã na quadra, das primeiras idas à festa da exposição, tantas lembranças de um tempo que não volta mais e que por isso se tornou perfeito.


Tendo saído em 1992 para morar e estudar em Aracaju, posso dizer sem hipocrisia que senti muita falta de Lagarto. Mas sem jamais esquecer daqui, pois como bem disse o escritor moçambicano Mia Couto: "O importante não é a casa onde moramos, mas onde, em nós, a casa mora." E eu sabia a todo instante que a minha casa era Lagarto, pois sempre a trouxe com muito carinho dentro do meu ser, mesmo estando distante. Sempre foi a referência para mim do que chamamos de "terra natal", o que sempre provocou muita saudade. Saudade do clima, da terra, da gente. Saudade. Como no dizer do grande escritor Rubem Alves: "A saudade é a nossa alma dizendo pra onde ela quer voltar". E foi exatamente isso que aconteceu. Voltar a Lagarto. Se a tristeza da saída foi grande, a alegria da volta foi bem maior. E eis que em 2004, num misto de armadilha do destino e de vontade inconsciente, retornei a minha terra, a Lagarto, dessa vez já como servidor do Tribunal de Justiça. Como Escrivão de Justiça, sempre buscando atender bem às partes e advogados que diariamente comparecem à 1ª. Vara Cível.


E aqui mesmo, no lugar em que mais aprendi na vida, especialmente no Centro Educacional Nossa Senhora da Salete da saudosa d. Adelina, voltei a lecionar, uma das paixões da minha vida. E das salas de aula de cursinhos para vestibular, cheguei ao Colégio José Augusto Vieira, onde estou há quase 10 anos e aos cursinhos para concurso e vestibulares, até hoje ser professor e coordenador do Mega Curso, um sonho realizado nesse ano. E do espaço físico da sala de aula, alcancei o virtual graças aos convites do amigo Laelson Correia do site Lagartense e mais recentemente do amigo Alexandre Fontes do site Lagarto Notícias, como também ao amigo Aloísio Andrade, com participações na Juventude FM, com os programas "Não tenha medo do português" e "Não tenha medo do Enem", ligados à área da educação.


Hoje sou saudado da forma que mais me alegra e me satisfaz. "Professor", dizem as pessoas por onde passo. São alunos, pais de alunos, ouvintes do rádio ou leitores de sites que me saúdam dessa forma e a quem respondo sempre com muita alegria. Porque ser professor está além de ser um mero transmissor de informação. Professor é o mestre, palavra que vem do latim magister que significa "o que guia, o que conduz". Professor é o educador do latim educator que significa "o que cria, o que nutre". E é isso sinceramente que busco em minhas participações seja na sala de aula ou nos demais ambientes: guiar, conduzir, nutrir a busca pelo conhecimento. Pelo reconhecimento, pareço estar alcançando esses meus objetivos. Quisera eu que todos os colegas professores tivessem esse mesmo reconhecimento por parte da sociedade brasileira. Mas esse tempo haverá de chegar, espero.


E aqui estou eu. Morador do bairro Loiola, com minha esposa Elisângela, amor da minha vida, criando minhas filhas Sofia e Cecília, meus tesouros que a vida me deu, na cidade que amo. Seguindo os passos do velho Poconé. Não tenho parentes aqui. Mas posso dizer que é aqui o lugar onde reside a maioria dos meus amigos. Amigos de infância, alguns aqui presentes. Amigos de um tempo mais recente, também aqui presentes. E tantos outros que não puderam comparecer. Aqui é a minha terra. O lugar que se me perguntam de onde sou, digo com grande honra: sou de Lagarto. Sempre respondi assim. Porque esse era o fato. E hoje, nesse momento de grande alegria, recebo a dádiva de também poder dizer, de direito: sou lagartense. Com muita honra. Muito obrigado.

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