sexta-feira, 28 de junho de 2013

Jogando pra galera





 JOGANDO PRA GALERA
 
Nessa onda de manifestações populares jamais vista no Brasil, os políticos foram pegos de surpresa. Ninguém esperava que a população brasileira há séculos acomodada se insurgisse de maneira tão contundente contra assuntos que antes passariam despercebidos. A imprensa também não percebeu a onda. Inicialmente, os manifestantes foram mostrados como vândalos. Jovens desocupados que depredavam o patrimônio público e que agrediam policiais, pondo a vida de pessoas em risco.

Repentinamente, ocorre uma reviravolta. A extrema violência usada por policiais e o número cada vez maior de manifestantes mostram a todos que se tratava de uma situação verdadeiramente inédita. Milhões e milhões de pessoas nas ruas, sem uma liderança definida, tendo por principais bandeiras a redução do valor da tarifa de ônibus e a rejeição da famigerada PEC 37, dentre vários outros assuntos. A opinião pública muda de lado e o apoio aos manifestantes torna-se evidente.

Nesse ponto, os políticos saem da perplexidade. Rejeitam a PEC 37 que antes do movimento seria aprovada e cantam o Hino Nacional, comovidos. A presidente Dilma anuncia um inesperado plebiscito. Quer ouvir o povo. Quer dar voz aos anseios populares. Artistas começam a fazer músicas em homenagem às manifestações. A imprensa sai de um lado do muro, sobe e desce para o outro. “Como é lindo ver o povo brasileiro se manifestando” diz certo jornalista que antes condenara a mesma situação. É a hora do oportunismo. Estão todos jogando pra galera.

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