terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Um beijo na hipocrisia




O chamado "casamento gay" já é um fato em nosso país. Já não se conta o número de casais homossexuais que oficializaram sua união, como há muito tempo já deveria ser. A sociedade já não vê tal ato com a recriminação de antes. Mas essa semana um beijo entre pessoas do mesmo sexo foi o assunto mais debatido por todos.

É como se pessoas do mesmo sexo pudessem se casar, mas ninguém soubesse que elas se beijam. A sociedade moralista quisesse impor a seguinte condição: “Ok, casem-se. Mas beijo na boca, não”. A cena presente no capítulo final da novela Amor à vida, entre os personagens Félix e Niko, foi comemorada como se fosse um título de futebol. Felizmente, não apenas por pessoas que possuem essa opção (desculpem o termo) sexual, mas por todos aqueles que aceitam a igualdade para todos, de forma indistinta.  

Óbvio que houve quem condenasse. Decretaram o fim das famílias, um atentado às crianças e outra dezena de frases do tipo. Pura bobagem. Nada houve na tal cena de ofensivo à moral de quem que fosse. Não se tratou de um beijo gratuito, vulgar. Foi um beijo de um casal apaixonado, responsável por uma bela família, com seus dois filhos, e que se despede para ir a mais um dia de trabalho. Nada mais comum e que certamente ocorre milhares de vezes todos os dias em casas do Brasil. Qual o mal que esse casal faz? Por que escondê-lo, segregá-lo?

A hipocrisia e o preconceito andam juntos. E agem como vírus no meio social, provocando intolerância nas pessoas. Como disse certa vez o grande cientista Albert Einstein: “Gostaria de uma sociedade mais justa, menos corrupta, com menos hipocrisia, mais digna, com mais amor ao próximo, menos preconceito, menos rancor e principalmente mais paz na alma”. Certamente, demos um passo para esse caminho.

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