segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O perigo da emoção





E a candidata que era vice, de repente se viu como cabeça da chapa, tornou-se o maior fenômeno eleitoral, chegando a figurar em pesquisas dez pontos percentuais à frente da segunda colocada. E essa mesma candidata, semanas depois, terminou a eleição em terceiro lugar, sem conseguir chegar sequer ao segundo turno. Como, em tão pouco tempo, explicar essas mudanças tão drásticas no eleitorado? A resposta está na emoção.

O eleitor mostrou que vota muito mais pela emoção do que pela razão. Tivesse o avião do ex-governador Eduardo Campos caído em uma data mais próxima a das eleições, certamente o resultado seria outro. A candidata Marina Silva talvez fosse até eleita num primeiro turno. A comoção generalizada se mostrou muito mais forte do que se supunha, uma vez que foi apenas passarem algumas semanas do fatídico acontecimento que as forças antes estabelecidas retomaram seus lugares na preferência das pessoas. Percebe-se, assim, que a razão é posta em segundo plano, em algo tão importante quanto é a escolha do governante de nosso país.


Óbvio que não se quer aqui afirmar que todos os votos de Marina Silva derivaram da emoção causada pelo passamento de Eduardo Campos. Mas a subida e queda vertiginosa da candidata do PSB devem servir de aviso que o povo brasileiro talvez não esteja tão amadurecido politicamente quanto se quer acreditar. O país não pode ficar a mercê de acontecimentos fortuitos para que se decida quem será o seu presidente. Longe disso. Uma plataforma política bem definida, programa de governo estabelecido, conquistas alcançadas e o histórico do candidato devem ser os elementos para que o eleitor escolha aquele que tem mais condições de governar o Brasil. A emoção não deve ser parte dessa decisão.





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