sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O fim do Barretão



O Estádio Paulo Barreto de Menezes, o Barretão, está com os seus dias contados. Aquele que foi o palco das maiores conquistas e decepções do futebol de Lagarto será vendido, demolido e, em seu lugar, certamente se erguerá algum prédio comercial. A promessa da construção de um novo estádio logo foi colocada como condição para a venda, mas o fato é que nunca mais veremos um jogo de futebol no Barretão.

Sentimento semelhante se deu, guardadas as devidas proporções, à grande reforma por que passou o mais famoso estádio brasileiro, o Maracanã, para receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Muita modernidade, muita tecnologia, mas a magia do velho Maracanã (é o que dizem) se perdeu. E vejam que se tratou de uma reforma e não a demolição e construção de um novo estádio. Ainda pior para nós. Por mais que se dê o mesmo nome, teremos um outro estádio sem qualquer relação com o anterior. Os racionais dirão que assim é melhor, pois o velho Barretão está em local indevido, não tem segurança e outros muitos problemas. Mas a razão não pertence às características de um torcedor. O verdadeiro torcedor terá saudade da geral, das arquibancadas de cimento até mesmo do sol que castiga um lado da torcida no início da tarde. E todo conforto que hoje as chamadas “arenas” possuem parecerá somente algo estranho a seu universo de fanatismo e emoção.

Tudo isso pode soar como saudosismo, mas para aquele que acompanha os jogos será triste sentar para assistir ao jogo e não recordar das façanhas dos famosos esquadrões esmeraldinos, que há décadas emocionaram e ainda hoje emocionam o apaixonado e sofrido torcedor lagartense.  Quantos gols foram comemorados, quantos outros foram perdidos, quantas defesas salvadores e até mesmo quantas confusões ficaram eternizadas. Tudo agora não passará de uma mera lembrança daqueles que puderam viver esses momentos. O consolo que resta é que deixará o risco de ser um torcedor nômade, como ocorrido esse ano, em que teve que acompanhar o Lagarto mandando seus jogos em cidades como Simão Dias e Itabaiana, diante do descaso que se abateu sobre o nosso antigo estádio.

Por fim, só nos resta homenagear esses seus últimos dias, uma vez que o fim parece mesmo inevitável, lembrando das glórias que ali tivemos. Como dizia o escritor alemão Goethe: “O que passou, passou. Mas o que passou luzindo, resplandecerá para sempre”. Que assim seja com as lembranças do velho Barretão.


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