quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Preconceito, tabu ou saco cheio? Saco?


PRECONCEITO, TABU OU SACO CHEIO? SACO? – por Vicente Bezerra

O pau tá quebrando por aí. As chuvas arrasando parte do Rio de Janeiro, Minas também sofrendo com as enchentes, o Banco Central aumentando a taxa de juros, o Vasco perdendo na estréia do estadual, deputada Americana toma tiro, Ahmadinejad e sua piração, Batisti fica, humorista Shaolin sofre acidente, Sheila Carvalho vira loira e Moacir Poconé escreve um texto pegando pesado.

Muita coisa acontecendo e esse texto vem trazer à baila uma amenidade: a eliminação de Thiago da Silva Arantes, do Big Brother 11. Thiago, conhecido pelo Brasil como Ariadna.

Não sou dado a esse tipo de programa. Na verdade, até assisti os primeiros, mas da quinta edição pra cá, não vejo. Acompanho “en passant”, “por cima”. E do pouco que vejo, percebo que a cada edição o apelo sexual aumenta, a sensualidade, os palavrões, as sugestões estão mais presentes. A edição 12, no passo que vai, terá sexo explícito. À medida que as edições foram avançando, percebo também que a colocação de participantes homossexuais e bissexuais aumenta. O que era sugestão, enrustido, agora é incentivado. Nada contra qualquer um e suas opções sexuais - agüenta o peso quem quer – mas é um programa que tem chamadas nos mais diversos horários, atraindo a atenção das crianças para tal. Mas volto ao tema.

Ariadna é o(a) primeiro(a) participante a chamar mais atenção antes da “zorra toda” começar. De antemão já se sabia que ele(a) (tá bom, paro com a brincadeira) era um transexual, uma pessoa que mudou de sexo cirurgicamente. E isso foi um chamariz e tanto para a combalida e repetida fórmula dos BBBs.

A bela morena andrógina entrou com tudo no programa. Saiu dando selinhos e abraços nos homenzarrões, empatizando com os gays e simpatizando com as meninas. Insinuou e se pôs à disposição dos marmanjos sedentos, mas manteve seu segredo. Estratégia? Dela ou da Globo? Ariadna foi uma peça estrategicamente colocada pela Globo para “causar”. Talvez até sem o conhecimento da mesma, o que se deduz pelos momentos em que se via “aperreada” com a sua situação, de não revelar-se por medo ou por imposição de Boninho. Aos poucos soltou uma coisinha ali (quando disse que tomava hormônios) outra acolá (como quando revelou ter sido garota de programa na Itália, revelação esta inclusive meio artificial).

O Brasil é um país religioso. É preconceituoso também, embora venha avançando. E a homossexualidade, bissexualidade, e no caso de Ariadna, a transexualidade, ainda são tabus na nossa sociedade. Mas não foi isso que a eliminou. Os telespectadores não são bobos e perceberam o papel dela ali. A Globo quis chamar atenção, ser comentário de experts na TV e internet, ver defensores da causa gay na mídia defendendo a pupila do programa, além da própria Ariadna se esfregando com os machos da casa, para incutir na população a dúvida: será que ele vai pegar ela ou não? Não deu certo. A superexposição da morena foi o seu fracasso. Encheu o saco. O nosso claro.

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