sexta-feira, 21 de maio de 2010

O limbo da Copa


O LIMBO DA COPA - por Moacir Poconé

Procurei um conceito formal de limbo para ilustrar o início deste artigo e o que mais me chamou a atenção foi justamente o de um site de humor. Segundo a famigerada Desciclopédia (irmã mais engraçadinha da famosa enciclopédia virtual) limbo “ é um lugar apesar de não ser um lugar, que de acordo com a teologia católica, vão as almas que não prestam para o céu nem para o inferno”.

Pois bem. Em tempos de Copa do Mundo, eis que temos um verdadeiro limbo no futebol. Se não, o que pensarmos a respeito dos sete jogadores “condenados” por Dunga a esse local tão desprezível e incerto do mundo celestial? Por imposição da Fifa, nosso ranzinza treinador selecionou Alex, Marcelo, Sandro, Paulo Henrique Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Carlos Eduardo, Diego Tardelli para uma “lista de espera”, divulgada horas após a uma primeira com vinte e três nomes. Percebam que esses jogadores, após a desilusão da não-convocação no primeiro grupo tiveram a alegria(?) de serem lembrados por Dunga para o caso de uma eventual contusão de algum outro jogador.

Mas... e aí? Devem esses jogadores comemorarem a convocação ou lamentá-la? Podem-se considerar como que estão em uma “quase” entrada ao paraíso ou numa beira do abismo do inferno? Em que lugar eles estão? A resposta é óbvia: não são tão bons para ir à África e nem tão ruins para ficarem de fora, ou seja, estão no limbo!

E qual deve ser o comportamento desses jogadores? Imagino que frente às camêras e microfones os discursos irão conter frases sempre com a mensagem de que não querem ir à Copa pelo infortúnio de outro colega. Mas na privacidade do lar, como se comportam esses jogadores? Será que não torcem, mesmo involuntariamente, por um lancezinho mais forte e definitivo, como o ocorrido com o alemão Ballack, que deu adeus ao Mundial num jogo no último fim-de-semana? Ou vão me dizer que Tardelli, por exemplo, não assistiu o jogo do Santos na última quarta torcendo para que os zagueiros gremistas dessem uma “chegada” mais viril em Robinho?

É, realmente, do paraíso ao inferno não precisa de muita coisa. Vide o caso Adriano. Um dos atletas preferidos pelo treinador, saltou diretamente do paraíso para o inferno, sem parada sequer pelo limbo. Tudo graças a seu comportamento, ou seja, ele mesmo procurou o seu destino. Cavou a sua não-convocação. Mas sair do limbo é muito mais difícil. Não se depende apenas de si. É preciso que outros saiam do caminho. Só resta torcer...

Um comentário:

  1. Até que enfim Mestre! Realmente, idéia infeliz essa da Fifa de criar essa lista dos sete jogadores. Juro que no início do texto pensei que você fosse falar dos volantes, hehe. Excelente texto. Foi bom também o tema, porque já teve gente achando que o blog era sobre política, rsrs. Abraços. Ah, o mingau ta fora da Libertadores, kkk.

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