domingo, 21 de agosto de 2011

O que você faria por uma cerveja?




O QUE VOCÊ FARIA POR UMA CERVEJA? – por Moacir Poconé

A atual campanha publicitária da cerveja Skol vem causando muita polêmica. Sob o slogan de “Um por todos. Todos por uma”, vemos, numa série de comerciais, um grupo de marmanjos fazendo de tudo para conseguir “resgatar” uma caixa com cervejas da marca. O que pode (e deve) ser questionado é que por trás de uma aparente situação cômica encontramos cenas de verdadeira irresponsabilidade.

No primeiro desses comerciais (e menos ofensivo), os tais marmanjos pulavam de um avião sem paraquedas para salvar a caixa com as cervejas. Como é uma situação incomum, prevaleceu muito mais o lado cômico, até mesmo pelo absurdo da cena. Já no segundo, ressalvas merecem ser feitas. Numa festa junina, vemos a caixa de cervejas “ilhada”, pois começa uma tempestade e raios ameaçam atingir a todos. Eis que os rapazes saem correndo pela chuva, chegam a ser atingidos pelos raios, mas recuperam a caixa e são vistos como heróis, seduzindo até as garotas presentes. Um exemplo que não deve ser seguido por ninguém, devido o número de pessoas que morrem atingidas por raios.

Mas o grande absurdo mesmo é o terceiro comercial da série, que está sendo veiculado hoje em dia. Uma verdadeira obra-prima do mau gosto e da inconseqüência. Mais uma vez o “tesouro” que é a caixa de cervejas está “em perigo”, desta feita no mar. Os rapazes são banhistas que, mesmo alertados pelas placas de que há perigo pois o mar está cheio de tubarões, não pensam duas vezes e se jogam na água. O que se vê depois é algo digno de filme de terror: pessoas com tubarão mordendo-lhe os braços, outras arrastando-se pelo chão somente com a metade do corpo (a outra metade está na boca do tubarão) e outro ainda com o tubarão engolindo sua cabeça. Alguns podem achar exagero, mas é uma verdadeira apologia a como não se comportar em águas perigosas. As estatísticas mostram que em Recife, cidade brasileira que possui o maior número de ocorrências desses ataques, mais de oitenta por cento das vítimas de ataques de tubarões estavam alcoolizadas e não perceberam o perigo que corriam. Como prevenir as pessoas do perigo que correm se tudo é mostrado na televisão como sendo algo engraçado, quando na verdade o assunto merecia uma seriedade muito maior.

Percebe-se que a linha que separa aquilo que é engraçado do mau gosto muitas vezes é tênue. O bom senso deve ser usado para de se distinguir uma coisa da outra. Talvez o excesso de álcool esteja impedindo que os criadores desses comerciais percebam isso.

2 comentários:

  1. Parabéns Moacir! Também não gostei dessa trilogia... o 3º então!?!?!?!? Será que quem sofreu ataque real, acha engraçado? Tem-se que ter muito cuidado quando se trata de corpos dilacerados como algo cômico... Um abraço meu amigo!

    Wanderley

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  2. Muito legal, poconé! pura verdade!! abraço...

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