sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Os manos do Mano


OS MANOS DO MANO – por Moacir Poconé

A seleção brasileira, num dito processo de renovação, vem acumulando resultados pífios. Não consegue vencer seleções tradicionais do futebol mundial e teve participação muito abaixo da esperada na recente Copa América disputada na Argentina. Além disso, em cada convocação somos surpreendidos por jogadores desconhecidos ou que atuam em times de terceiro escalão da Europa. São os “manos” do Mano.

Diferente da maioria dos treinadores, Mano Menezes possui um empresário. Óbvio que esse empresário não se dedica apenas a cuidar dos interesses do treinador da Seleção Brasileira. Também é responsável por vários jogadores que, coincidentemente ou não, figuram constantemente nas listas de Mano. O empresário se chama Carlos Leite. Começou fazendo carreira nos grandes times que caíram para a Segunda Divisão do futebol brasileiro. Fez isso com o Grêmio, depois Vasco e Corinthians. Para se ter uma ideia, em maio de 2009, quando o Vasco enfrentou o Corinthians pela Copa do Brasil daquele ano, nada menos que onze jogadores do time carioca e seis jogadores do time paulista tinham seus interesses gerenciados por Carlos Leite. Num exemplo mais recente, o Bahia ao montar seu time para a temporada deste ano fez catorze contratações. Dessas, sete tinham vínculo com o empresário. Hoje, acredita-se que ele represente cerca de sessenta atletas de nosso futebol (mais de cinco times inteiros).

O caso de Mano é mais nebuloso. Alguns jogadores muito contestados pertencem ao empresário Carlos Leite. Exemplos do lateral-esquerdo André Santos, dos volantes Lucas Leiva e Elias e do meia Renato Augusto. Além disso, outras negociações parecem pontuar as escolhas do técnico da seleção. Alguns sites noticiam, hoje que a CBF e seu técnico teriam recebido dinheiro para convocar o meia Jadson, jogador até então desconhecido do público brasileiro. Lembrando que esse mesmo jogador foi o camisa dez do Brasil contra a Escócia e titular em um dos jogos do Brasil na Copa América. Outros nomes aos menos “esquisitos” merecem ser lembrados neste primeiro ano de Mano à frente da seleção (não se assuste se você não se lembrar de alguns deles): goleiros – Diego Alves, Gabriel e Neto; laterais-direitos – Mariano e Rafael; volantes – Elias, Henrique, Jucilei, Luiz Gustavo, Ralf e Wesley; meias – Carlos Eduardo, Douglas Costa, Ederson, Fernandinho, Jadson e Renato Augusto. Ao todo foram simplesmente sessenta jogadores diferentes convocados em doze meses de trabalho na seleção, num período em que o Brasil jogou somente treze vezes.

É certo que nada disso se discutiria se o Brasil estivesse bem. Empresários e interesses no futebol sempre existiram e todos nós sabemos que sempre existirão. O problema é que os “manos” do Mano estão com um retrospecto medíocre. Como já dito, são treze jogos em um ano, com seis vitórias, quatro empates e três derrotas. Ganhamos das poderosas seleções dos Estados Unidos, Irã, Ucrânia, Escócia, Romênia e Equador. Perdemos da Argentina, França e Alemanha. Assim, é difícil pensar que algo positivo aconteça nos próximos três anos até a Copa de 2014. A não ser o saldo das contas bancárias daqueles que movimentam esse milionário negócio que se chama futebol.

Um comentário:

  1. Bol dentro Moacir! E os otários torcedores a comprar camisa por 200 reais vendo o time sofrível e esse sujeito (entre muitos outros) rindo da nossa cara, como na foto.
    Vicente

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