sábado, 19 de maio de 2012

Avenida Brasil





AVENIDA BRASIL – por Moacir Poconé

Uma novela sem arrodeios, sem as chamadas “barrigas”, verdadeiros exercícios de paciência ao telespectador, pois faz com que a história literalmente não ande. Assim é a novela das nove, Avenida Brasil, do autor João Emanuel Carneiro.

Carneiro já havia feito sucesso em suas outras novelas. Primeiro, as das sete Da Cor do Pecado e Cobras e Lagartos, memoráveis exemplos de como se contar uma história e campeãs de audiência naquele horário. Depois, já nas novelas das nove, escreveu A Favorita, marcada por revelar quem realmente era a vilã e a mocinha somente no capítulo 56, algo antes nunca feito. Antes disso, o autor fez sucesso nas telonas, especialmente com o premiadíssimo Central do Brasil, do qual foi o roteirista.

O grande mérito desse novo autor é desatar logo os nós das tramas, sem deixar apenas para a última semana que todas as complicações se resolvam, como num passe de mágica. Além disso, seus personagens não são maniqueístas, pois, como todo ser humano real, têm algo de bom ou de ruim (nem sempre na mesma medida, claro). Nesse sentido, já havia se tornado célebre o herói/malandro Foguinho em Cobras e Lagartos. Dessa vez, é a mocinha mocinha (Rita/Nina) que tem atitudes típicas de uma vilã, embora possa justificar seus atos como uma resposta ao passado. Vale tudo pela vingança que pretende impor a sua inimiga Carminha, mesmo que para isso tenha de renunciar a seu grande amor de infância. Em outros pontos, temos o hilário bígamo (ou seria trígamo?) e sua impossível vida tripla e os bastidores do futebol, dentre outras histórias paralelas que prendem a atenção daqueles que acompanham o folhetim.

Sem muita pirotecnia ou polêmica, Avenida Brasil vem alcançando excelentes índices de audiência com aquilo que toda novela merece ter: uma boa história a ser contada. Nesse caso, a história da órfã abandonada num lixão por sua madrasta e que anos depois volta para se vingar. Simples assim. Mas contado de forma engenhosa e cheio de reviravoltas se transforma num delicioso prato de emoções a ser consumido nos sete ou oito meses em que estará no ar.

Um comentário:

  1. Para agradar a gregos e troianos, mexe com futebol; e pra segurar o telespectador refere-se ao rubro-negro, pois o folhetim das sete tem um vascaíno. Junte-se a isso uma trilha sonora que coloca no liquidificador Marisa Monte, Seu Jorge, Maria Rita e até Rita Lee + muita porcaria musical. Sensacional mesmo é a fotografia cinematográfica da novela.

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