sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ninguém nos vence em vibração


NINGUÉM NOS VENCE EM VIBRAÇÃO - por Vicente Bezerra


O hino do E.C. Bahia, recém subido à primeira divisão do futebol brasileiro, diz: “...Somos do povo, o clamor. Ninguém nos vence em vibração...”. É uma bela frase, de um belo hino, que resume o sentimento que toma conta da torcida baiana e os milhares de simpatizantes por todo o país.

Nada de “até a pé nós iremos” (e, por mim, depois da entregada do título para os urubulinos, iriam a pé pra casa do baralho). O clamor do povo era a volta do Baêa, como pronunciado pelos baianos. E em vibração, realmente a torcida tricolor é ímpar. O Bahia é um dos poucos times no Brasil que fazem maioria quando joga em casa, contra qualquer outro time do país. E isso enche os olhos da imprensa esportiva.

A imprensa sulista tornou-se uma aliada. Estádios cheios e torcida apaixonada é muito mais bonito de se mostrar do que as baratas em qualquer jogo do Engenhão (ou enche-não). Não falarei dos jogos do Grêmio cigano (Barueri, Prudente, Ohio, Massachussets) porque aí é covardia. Um estádio cheio é mais renda, mais visibilidade para patrocinadores. É um aumento de mercado consumidor. Merchan, ops, Milton Neves que o diga. Milton foi um dos cronistas mais presentes na mídia, elevando o nome do tricolor da boa terra e tirando brincadeiras com o atual maior rival do Bahia. Tanto que deverá ser homenageado.

E aqui vale um parêntese: o maior rival local do Esquadrão até início da década de 80 era o Ypiranga, o terceiro time de todo baiano, uma espécie de América-RJ. Mesmo sendo mais antigo, o rubro-negro baiano, somente na década de 90, conseguiu superar o Ypiranga em títulos baianos. Ainda assim, está a quilômetros do tricolor.

Foram sete longos anos longe da elite. Muitas crises, decepções, retratos de um falta de estrutura que havia no Bahia, e que está começando a ser remontada. Uma boa base foi formada e alguns jogadores do time principal são frutos disso. A estrutura administrativa, capitaneada pelo experiente Paulo Angioni, e a técnica, com técnico experiente, rodado e testado, como Márcio Araújo, foram igualmente importantes para a subida.

Mais que uma homenagem ao estado, ao time, a subida é uma homenagem aos nomes que já honraram a camisa do tricolor bi-campeão brasileiro: Baiaco, Biriba, Marito, Osni, Zanata, Pereira, Paulo Róbson, Wesley, Raudinei, Claudir, Paulo Rodrigues, Osmar, Douglas, Beijoca, Dendê, Dada, Cláudio Adão, Ronaldo, Rodolfo Rodrigues, Émerson, Zé Carlos, Charles e Bobô.

“Mais um, mais um Bahia. Mais um, mais um título de glória”. Com a bênção do Senhor do Bonfim.

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