quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Observando o esporte bretão por esses dias...


OBSERVANDO O ESPORTE BRETÃO POR ESSES DIAS... – por Vicente Bezerra

Seguindo os moldes do meu post anterior, por tópicos, vou tocar em alguns assuntos desta semana no mundo da bola e entrar num território minado de polêmicas: os pontos corridos. Ele por si só daria um post imenso, mas serei breve nesse tema inóspito, porque tenho outros pitacos para dar.

Fluminense – Difícil questionar o título do tricolor. Merecido. Sem muita polêmica de arbitragem ou coisas semelhantes. O Fluminense contratou (e bem) e saltou de virtual rebaixado ano passado (não é Oswald de Souza?) para campeão este ano. Conca, Deco, Fred, Washington, Mariano, pra falar de alguns. Elenco com estrelas e equilibrado. Equilibrado no sentido de que os que não são jogadores consagrados, darem conta do recado, jogando um bom futebol e mantendo a equipe no nível dos estelares. Mas, embora a equipe tenha sido muito boa, não se pode deixar de falar no seu técnico. Muricy Ramalho foi muito questionado se manteria seu nível fora do São Paulo. Questionado também no turbulento período em que foi convidado para a Seleção. Vai ou não vai? Muita gente criticou, mas o tempo e a história responderam e fizeram justiça.

Argentinos – Guiñazu, D’alessandro, Conca, Montillo. Já faz um tempo que o futebol brasileiro tem recorrido ao Mercocul, e sobretudo à Argentina, para reforçar as nossas equipes. E tem dado certo. O jogador argentino tem se adaptado muito bem ao nosso futebol e somado seu talento e garra a ele. Esse ano os maiores destaques, sem dúvida foram Montillo do Cruzeiro e Conca do Fluminense. Montillo já havia aparecido na Libertadores destruindo o time do Flamengo praticamente sozinho e chamando a atenção dos clubes daqui. Meia driblador, finalizador e armador, foi considerado por grande parte da mídia esportiva como o destaque deste brasileirão. Foi uma grande dúvida, afinal, Conca não fica atrás. Conca veio para o Brasil, trazido pelo Vasco, mas a teimosia de Renato Gaúcho, que não concebia uma meiúca com ele e Morais juntos, aliado à falta de pagamentos da gestão Eurico Miranda, o fizeram debandar para o Flu e lá desabrochar. Melhor para os tricolores. Só não dá pra entender a ausência desses dois na seleção argentina. Uma pergunta que não quer calar: se importamos meias talentosos (e argentinos), estaríamos com escassez desse produto no mercado?

Paulo Baier – Esse jogador de 36 anos, para mim, mais uma vez, foi destaque. Jogando no meio ou na lateral, marcou 10 gols nesse brasileirão. Baier é um veterano em atividade, sempre jogando com qualidade e sempre aparecendo no noticiário fazendo seus gols. Volta e meia Léo Batista narra um gol dele e pensamos: “esse cara de novo?” ou “esse cara faz muito gol”. Estranhamente, Paulo Baier sempre rodou por times medianos, do segundo escalão brasileiro, nunca despontando quando esteve em times grandes. Sport, Criciúma, Palmeiras, são alguns dos clubes por onde passou, mas todos lembramos mesmo dele é no Goiás ou no Atlético-PR. Talvez o fato de em quase toda sua carreira jogar fora do eixo Rio-SP tenha prejudicado um reconhecimento maior pela mídia esportiva. Por exemplo, Baier nunca foi convocado pela seleção brasileira, enquanto já houve grandes perebas vestindo a amarelinha. Mozart, por exemplo.

Pontos corridos – Sou contra, não apoio, desconsidero. O Brasil, com mania de europeizar um monte de coisa, resolveu fazer o mesmo no futebol. E futuramente, a longo prazo, nosso esporte preferido vai ficar igual ao campeonato alemão, inglês, espanhol, italiano, francês, etc: só dois ou três times ganham. Aqui a variedade até está maior; por enquanto. Um campeonato sem graça, onde em algumas edições o campeão se dava há zentas rodadas de antecedência, ou quando isso não ocorre, há um entrega-entrega de resultados dos diabos. Não é porque meu time está uma nulidade nos pontos corridos. É porque não tem graça. Justiça? Desde quando futebol e justiça andam juntos? Que nos diga o Maracanazzo e o Sarriá! No “mata-mata” o time que está em décimo, ainda luta por uma vaguinha nas quartas...E agora, luta pra que? Sulamericana? Dizem que essa fórmula é melhor porque a melhor equipe vence, se faz justiça. Ora, se é a melhor, que seja também quando se deparar com os melhores classificados! E não irei falar no aspecto torcida e estádio, porque aí é covardia. O mata-mata é muito mais emocionante. Que graça tem ver uma “final” entre Fluminense e Guarani, em que só um tem interesse no jogo? Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Coritiba, Bahia, Guarani, entre outros clubes, nunca serão campeões brasileiros nessa fórmula de disputa. O futuro aponta para que São Paulo e mais uns três (talvez) se revezem na disputa pela hegemonia do nosso futebol. Para os outros times, o troféu consolação: Copa do Brasil.

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