quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Um pouco de poesia


UM POUCO DE POESIA – por Vicente Bezerra

Esse é um lado meu que pouquíssimos, raros, conhecem. Há tempos atrás eu era dado a escrever (ou tentar na verdade) poesias. Um amigo poeta me incentivava. Outro, também poeta, dizia que guardava as poesias na gaveta, para saber se sobreviveriam ao tempo e ao ridículo, após o passar dos dias (talvez meses, anos). Hoje, raramente as escrevo. Na média de umas três por ano. Com o corre-corre desses dias de fim de ano e a falta de inspiração, ressuscito essa, que talvez seja uma das melhores, sem modéstia. Participou de um concurso, o qual eu não assisti pois tinha prova na universidade, e um colega a leu. Sorte ter se classificado. Dedico aos amigos Fábio Ribeiro e Genivaldo Gouveia, os amigos citados acima. Ah, o nome no final, é meu pseudônimo. A foto? Rachel Bilson (a Summer do seriado OC). É uma poesia, concordam?


DOMINGO

Aqui, há léguas de distância
De tudo que lembre um domingo.
Aqui, as horas falam saudade
E as flores cheiram a livro velho.

Na parede, um quadro em carne
É a tênue lembrança do amor.
Devaneio infantil de verão,
Felicidade fútil.

De que adianta o espelho,
Se os anos não dão conta
E o seu reflexo é o ser puro, racional?

Aqui, a léguas de um erro,
Cacos de sangue se juntam.
Em meio à colheita das frutas,
Tua lembrança persegue.

A sinceridade é mordaz.
O desejo, doloroso.
A mentira seria o bálsamo
Do coração ensandecido?

Tolice pensar.
Seu nome traz calma.
A alma reza, ora.
Chora por outro domingo.

(Elias Nolasco)

10ª colocada no concurso de poesia falada de Lagarto, em 2001.

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