sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Drogas para emagrecer, drogas para ler


DROGAS PARA EMAGRECER, DROGAS PARA LER – por Vicente Bezerra

A ANVISA povoou a mídia por esses dias e muitos a criticaram, por fazer o papel que deve fazer: proteger e prevenir a saúde da população (além de regular fabricação e comércio de medicamentos). Isso se deve pela discussão que foi aberta em relação à proibição de venda de alguns medicamentos que prometem o emagrecimento, mas que supostamente possuem efeitos colaterais nocivos.

Os inibidores de apetite em questão são os que possuem em sua fórmula alguma das substâncias: sibutramina, anfepramona, femproporex ou mazindol. Os efeitos atribuídos a tais substâncias são possíveis problemas cardíacos, insônia, hipertensão entre muitos outros.

O debate foi aberto e existe opinião para todos os gostos. Os que defendem o uso dos medicamentos afirmam que a obesidade é um problema de saúde pública, importante, e que deve ser tratado. Sugerem que uma maior fiscalização na emissão de receitas e na venda de tais medicamentos seja feita. Já os opositores, atestam que os malefícios do uso desses remédios são maiores que seus benefícios e que a obesidade pode ser combatida de inúmeras outras maneiras.

Dr. Izaías Costa, médico consultado pelo blog, defende o uso dos inibidores do apetite, para casos de emagrecimento urgente, em curto espaço de tempo. Segundo ele, a perda de peso é considerável, mas alerta que tais substâncias devem ser utilizadas em casos extremos e com parcimônia. Disse ainda que ele próprio já fez uso da sibutramina e perdeu peso, mas alerta que todo “choque” dado no organismo gera uma conseqüência. Ainda segundo Dr. Izaías é comum tais remédios causarem taquicardia, insônia, irritabilidade, variação de humor, dores de cabeça, entre outros efeitos, dado que aumentam o metabolismo forçadamente.

É com base nesses efeitos colaterais que a ANVISA pretende proibir a venda de tais medicamentos. Outro fato a favor é de que a Europa já proibiu o uso das citadas substâncias e EUA, junto com o Canadá, restringe a venda dos mesmos. Isso já há alguns anos.

No Brasil, há um levante contra essa proibição e os médicos defensores do uso dos inibidores de apetite ganharam essa semana um aliado poderoso, a revista VEJA, que em matéria de capa defende com unhas e dentes essa bandeira. Não é de se estranhar que a VEJA mais uma vez, esteja contra a população. Durante os oito anos do governo Lula não havia o que enaltecer, apenas o que apedrejar. A campanha eleitoral repetiu a ladainha e era a citada revista o verdadeiro catecismo da elite brasileira, representada politicamente sob a legenda do PSDB. Defender os grandes laboratórios (alguns anunciantes seus) e seus investidores é do feitio do semanário.

Deve ser ressaltado aqui que a ANVISA está cumprindo o papel para qual existe: fiscalizar medicamentos. E se esses são nocivos à população, nada mais justo que proibi-los. Ou os brasileiros devem sofrer seus efeitos maléficos, e europeus e americanos não? Há outras opções para se tratar da obesidade, como havia outras opções partidárias na eleição. Apesar da VEJA.

3 comentários:

  1. Não sei, Vicente. Creio que uma fiscalização mais rigorosa sobre o uso desses produtos seria algo mais lógico do que a proibição radical de seu uso. Até pelo fato de existirem pessoas com certas doenças que precisam desses medicamentos. Mas o assunto é mesmo polêmico.
    Moacir Poconé.

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  2. É como eu disse no texto, há outras formas de tratar da obesidade. E principalmente por já terem sido banidos da Europa e EUA. O brasileiro pode se lascar com os efeitos dos remédios. Se lá foi proibido, motivo havia. Abraço.
    Vicente

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  3. Acho que o tio Ronald Mc Donalds tá mais forte que a industria de drogas.

    Pedro Luís Fernandes

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