sábado, 12 de fevereiro de 2011

A onda da liberdade

A ONDA DA LIBERDADE – por Moacir Poconé

Ontem, 11 de fevereiro, foi um dia histórico. O presidente egípcio Hosni Mubarak renunciou ao poder depois de trinta anos. Tal fato só ocorreu após duas semanas de revoltas populares na capital do país, Cairo. O povo literalmente foi às ruas e exigiu a saída do ditador.

Importante notar que não se trata de um fato isolado. Mesma situação ocorreu semanas atrás na Tunísia, outro país do norte da África. O presidente que estava vinte e três anos no poder foi retirado do cargo pelas massas. Em ambos os cenários, destaca-se a utilização da internet para a convocação dos encontros entre pessoas que culminaram nas manifestações. Uma verdadeira onda se formou não apenas nesses dois países, mas em outras nações daquela mesma região: Iêmen, Jordânia, Argélia e Líbano começam a sentir o chamado “efeito dominó”. As suas populações viram o resultado obtido por tunisianos e egípcios e querem agora também que a liberdade e a democracia cheguem em seus lares.

A História já viu algo semelhante acontecer na época de Revolução Francesa. Depois da tomada do trono francês pela burguesia, os países que, da mesma forma, eram governados por reis absolutistas viram as revoltas populares acontecerem em seus territórios. A grande diferença do que hoje ocorre é a velocidade com que a informação navega pelas ondas da web, permitindo uma comunicação muito mais rápida e eficiente. Os governantes tentam inclusive proibir de alguma forma a comunicação virtual, mas qualquer medida se mostra ineficaz. Os líderes dos movimentos revoltosos sempre encontram maneiras para burlar os mecanismos de proibição. Os ventos da democracia sopram cada vez mais forte pelo mundo e já não se concebe a permanência de ditadores no poder ou a falta de liberdade de expressão dos cidadãos.

Resta saber até onde vai essa onda de manifestações populares. Chegará até a Ásia onde a superpotência China viola os direitos humanos? Atingirá a Coreia do Norte, com seu ditador louco? Libertará Cuba de sua ditadura sem fim? Não temos como saber. Só nos resta a esperança de que essa onda popular se transforme num verdadeiro tsunami, varrendo do mapa a opressão e a tirania.

Um comentário:

  1. A globalização ja esta fazendo teu trabalho.
    Todo imperio tem um fim.

    Pedro Luís Fernandes

    ResponderExcluir