quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Orkut morreu?


O ORKUT MORREU? – por Vicente Bezerra
 
Essa semana foi anunciado que o Facebook ultrapassou o Orkut em milhares de usuários, no Brasil. E o porquê dessa notícia aparentemente óbvia? O Brasil era o último reduto onde o Orkut resistia, tal qual gauleses resistindo à invasão Romana. Essa semana foi fincada a bandeira do “Face” na Terra de Santa Cruz.

A verdade é que há muito tempo se diz que o Orkut morreu. O Facebook com sua interface mais simples e interativa, e a velocidade de sua expansão, bem como o uso da mídia indiretamente a seu favor – e aí inclui-se o filme Rede Social – contribuíram para sua rápida ascensão.

Mas há um outro fator preponderante: a curiosidade sobre a vida alheia. Foi a curiosidade ao alheio que fez o Orkut estourar em seus primeiros anos. Como a vida de todo mundo ficou exposta, ficou fácil o surgimento de problemas, tais como a difamação de pessoas, a invasão de privacidade e até mesmo fim de relacionamentos, entre outras muitíssimas coisas. O Orkut passou a se policiar, a criar ferramentas para bloquear fotos e para se denunciar abusos, como pedofilia por exemplo.

Mas aí ficou chato. A geração internet ficou sem saber quem ficou com quem no fim de semana, quem viajou pra onde, quem está namorando, e etc. e etc. Veio o Facebook e escancarou a privacidade de novo. Agora, por exemplo, todos os seus amigos sabem que aquela solteirona encalhada está “sozinha, mas feliz”. Sabem que aquele amigo seu disse que “o Asa arrêa!”, embora tenha pago o olho da cara para ficar no aperto, tomar empurrão, ficar horas na fila do banheiro, beber cerveja quente e pegar umas “bozengas” que ele vai afirmar que eram gatas. O Facebook vende a imagem da vida feliz, da gabolice gratuita, do intelectualismo de frases feitas (quando não parachoques de caminhão), da felicidade depressiva (porque você afirma que tá ótimo, mas tá com a cara no travesseiro) e da curtição. E que graça tem se você não souber que seu amigo fez isso tudo? E você pode curtir também! Esse é o mote do “Face”.

E o Orkut morreu? Ainda não. Mas não diga que o usa. Vão olhar torto pra você. Vão falar que você é ultrapassado, está “out”. Vão cochichar que você é Nerd. Na verdade o Orkut sobrevive graças às comunidades. Lá a pessoa pode encontrar um tema do seu interesse e debater sobre o mesmo, como por exemplo, o artista que você gosta, o escritor, algum tema que lhe atrai, até mesmo debater sobre a programação de canais de Tv. É ainda atraente, além do fato de trocar opinião sobre o assunto com quem você não conhece e aprender. Nisso o “Face” engatinha.

Morte do Orkut? Não curto.

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