quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mentes tão bem


MENTES TÃO BEM – por Vicente Bezerra

Zezé di Camargo e Luciano são, possivelmente, a dupla sertaneja de maior êxito no país. Sucesso na música, sucesso inclusive no cinema. Pode-se questionar o estilo e a música, mas não se pode ignorar a importância midiática dos dois no segmento “sertanejo”. Porém, há mais ou menos umas três temporadas esse poderio esteve ameaçado por duplas emergentes como Bruno e Marrone, Vítor e Léo e mais recentemente por artistas solo como Paula Fernandes, Michel Teló e Luan Santana.

Os dois filhos de Francisco ficaram ofuscados. A verdade é que depois do sucesso do melodrama trágico baseado suavemente em fatos reais (o filme e sua trilha), Zezé e Luciano viveram de cds e dvds de regravações. Os sucessos rarearam, à exceção talvez da canção “Mentes tão bem”, que mesmo assim teve repercussão mediana ante as massivas execuções radiofônicas anteriormente experimentadas pela dupla.

Os sertanejos foram então em busca de algo impactante e que retumbasse na mídia. Como uma Gretchen em seu 89º casamento, criaram um factóide para atrair a atenção. E conseguiram. Na última semana a “separação da dupla” foi um dos assuntos mais comentados, ofuscando por vezes os problemas de saúde de Lula, da corrupção no Ministério dos Esportes e no PC do B e do Governo Dilma.

Eis que Luciano “briga” com o irmão, não sobe ao palco inicialmente, para depois de uns minutos anunciar, já no palco, que não pretendia mais seguir com a dupla. A velocidade da internet – através de twitters e youtube – espalhou a notícia. E tomou conta da mídia, para alegria das Sônia Abrãao da vida. E muito se debateu sobre o assunto, correntes pró união foram criadas e a imprensa em geral torcia pela volta da dupla.

Como a Viúva Porcina, que foi viúva sem nunca ter sido, assim foi a volta do que nunca teve separação. E o anúncio da “volta” se deu praticamente em rede nacional, onde o erudito Jô Soares se prestou ao ridículo papel de entrevistar a dupla e tentar nos fazer engolir a ridícula desculpa para a tal briga motivadora da separação. Que Jô Soares e seu programa há muito vem decepcionando não é novidade. Mas se igualar à já citada Sônia Abrão e ao Tv Fama foi de doer. Não bastasse isso, passou o programa a bajular e tirar brincadeirinhas a respeito de briguinhas de irmão.

O motivo da briga? Ninguém sabe. Disse o Luciano que tomou Rivotril (um remédio “controlado”) e misturou com Whisky. Antes, enfatizou que nunca bebera, nem nunca brigara com irmão. Tá certo, acreditamos. A verdade? Na verdade pouco importa. O que importa é que não nos fazem de bobo. Não mesmo.

2 comentários:

  1. Em "13/10/2011 - Três coisinhas de valor". Mas também poderia ser o título desse seu texto. Só que desta vez, na verdadeira acepção do título. Ou poderia ser "Decadence Avec Elegance". Uma 3ª opção, ficaria com Marcelo Nova compondo "O Adventista 2". Será que alguém acreditou?

    Wanderley

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  2. very good!

    Pedro Luís Fernandes

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