sexta-feira, 11 de junho de 2010

E começou a Copa do Mundo



E COMEÇOU A COPA DO MUNDO – por Moacir Poconé

De quatro em quatro anos é sempre a mesma coisa: Copa do Mundo. Com o evento, os clichês, saltam aos nossos ouvidos, teimosos, como que sendo usados pela primeira vez. Tentarei lembrar alguns deles e, os que forem esquecidos, espero que algum leitor apresente como forma de complemento. Então vamos lá:

E começou a Copa do Mundo, com ela temos (ou teremos):

Em casa:

- reuniões animadas, churrasco na brasa, cerveja no copo e de vez em quando uma olhadinha na tv para ver quanto está o jogo do Brasil.

- brigas com a esposa (ou namorada) que não aguenta mais ver você assistir tanto jogo e não dar atenção a ela.

- chateação por estar passando Argentina x Inglaterra numa manhã em plena quarta-feira, mas você tem que ir trabalhar.

- alguns quilos a mais após a maratona de jogos acompanhada de pipoca, refrigerante, amendoim, cerveja, salgadinhos e outros petiscos mais.

Na televisão:
- repórteres esbarrando com os habitantes do local, na tentativa de informar algo que está acontecendo em algum jogo (não conseguiremos ouvir)

- repórteres no Brasil, ou melhor como diz a Globo, nos “quatro cantos do Brasil”, mostrando a festa (ou a decepção) da torcida brasileira. As cidades, certamente serão as mesmas: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Porto Alegre.

- a reportagem mostrando algum trabalhador que não pode parar nem no jogo do Brasil. Geralmente, um garçom ou um cozinheiro.

- a reportagem de como aquela grande cidade está vazia (geralmente o repórter deita no chão de uma avenida movimentada e coisa e tal)

Nos campos:
- a sensação da Copa: uma seleção que irá muito bem na primeira fase, mas que não chega nem às quartas-de-final. Acredito que esse ano serão os Estados Unidos.

- a decepção da Copa: aquela seleção que chega com ares de campeã e que fica no meio do caminho. Alguma dúvida: Espanha.

- o craque de um jogo só, por uma grande jogada ou por marcar quatro vezes na mesma partida. Virá de alguma seleção que enfrentar a Nova Zelândia.

- o árbitro que foi decisivo para a eliminação de uma grande seleção. Carlos Eugênio Simon é grande candidato.

- o artilheiro da Copa, que geralmente não é da seleção campeã eque dará uma entrevista dizendo que está muito feliz, mas que trocaria o seu prêmio pelo título de campeão do mundo.

- a seleção que frustrou o sonho do hexa do Brasil. Pela tabela, grandes chances para a Holanda.

Enfim, não faltarão instrumentos para aquela sensação de déja vu.

E, no Brasil, daqui a quatro anos, tudo começará mais uma vez com mais uma Copa do Mundo.

E, mais uma vez, veremos os mesmos fatos, da mesma forma, com todos fazendo de conta que tudo está acontecendo pela primeira vez.

Um comentário:

  1. Se é que se pode incluir como clichê: explicar às mulheres (que só torcem em épocas de Copa do Mundo, para o Brasil é claro) o porquê de não apoiarmos piamente a nossa seleção. Daí a convencê-las que poderíamos ter um time melhor é dose...

    Wanderley

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