sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O melhor filme de... Nicole Kidman


O MELHOR FILME DE... NICOLE KIDMAN – por Moacir Poconé

Atriz inicialmente conhecida por ser a mulher de Tom Cruise, com quem esteve casada por onze anos, Nicole Kidman mostrou em sua carreira ser muito mais que isso. A beleza dessa australiana certamente fez com que os críticos torcessem o nariz para ela, que precisou de mais de uma década de pequenos filmes e curtas aparições para enfim alcançar um papel de destaque em Hollywood. O ano da grande virada é 2001, quando estrela dois grandes filmes: o musical Moulin Rouge! e o suspense Os Outros. Recebe duas indicações de melhor atriz ao Globo de Ouro (ganha por Moulin Rouge!) e uma indicação ao Oscar (também pelo musical).

Já no ano seguinte, chega ao auge com a conquista do Oscar pelo filme As Horas, no qual interpreta a escritora Virginia Woolf. Para se ter uma ideia da dificuldade desse papel, Nicole, que é canhota, teve que aprender a escrever com a mão direita, uma vez que a escritora inglesa era destra. Tornou-se enfim uma atriz reconhecida por seu talento, interpretando desde mulheres sofridas a mocinhas apaixonadas. Destaque para as obras Cold Mountain, Reencarnação, Australia, Nine e Reencontrando a Felicidade, pelo qual recebeu mais uma indicação ao Oscar. É uma atriz ainda jovem, nascida em 1967, que certamente acrescentará novos sucessos e primorosas interpretações à sua já numerosa lista de sucessos.

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"A coisa mais importante que você pode aprender é amar e ser amado em troca."

"Espero que não se importe / que eu tenha colocado em palavras / como a vida é maravilhosa enquanto você está no mundo."

"...E não há montanha tão alta nem rio tão extenso, cante esta canção e eu estarei sempre lá ao seu lado. Tempestades podem surgir e estrelas colidirem, mas eu te amarei até o dia da minha morte..." (do filme Moulin Rouge!)

De um modo geral, as pessoas não gostam de musicais. Soa estranho quando os atores, sem mais nem menos, começam a cantarolar canções enquanto a ação fica suspensa, esperando que o número musical termine. Não se tem essa impressão ao se assistir o belíssimo filme Moulin Rouge! (que no Brasil recebeu o dispensável título Amor em Vermelho). Baseado em três óperas (La Boèheme, La Traviata e Orfeu e Eurídice), o filme retrata toda a beleza da dançarina Satine, interpretada com primor por Nicole Kidman. Ela enfeitiça os homens que freqüentam o famoso cabaré francês que dá nome ao filme com sua sensualidade e seus traços perfeitos. Uma verdadeira deusa dos palcos.

É fim do século XIX e o personagem principal é um poeta tristonho chamado Christian (interpretado por Ewan McGregor). Vindo do interior, conhece um grupo de atores e escritores, levando uma vida boêmia, regada a doses homéricas de absinto e noitadas intermináveis com prostitutas. Até o dia em que, ao visitar o famoso Moulin Rouge, assiste ao espetáculo de Satine. Passa então a disputar seu amor com o aristocrata Duke, que por sua condição financeira parece ser o preferido da dançarina. Começa a partir daí a luta do casal formado por Christian e Satine pelo amor eu parece impossível. Mas haverá ainda um inimigo muito maior (e mais perigoso) que o Duke.

Quanto aos aspectos técnicos, o filme nos enche os olhos. A fotografia do filme é fabulosa, repleta de cores vibrantes que parecem saltar da tela. Os figurinos e a reconstituição de época nos levam a Paris do final do século XIX. E, finalmente, a trilha sonora é excelente. Aquilo que mais causa temor a quem odeia musicais (as músicas em meio às cenas, como já dito) aparece integrado ao filme, como fazendo parte realmente do roteiro. Nada está ali por acaso e sim como parte da história de amor do casal protagonista. Além disso, são verdadeiros clássicos da música pop internacional, o que pode inicialmente causar estranheza pela época em que se passa o filme, mas que depois se mostra uma saborosa coletânea de canções amorosas. O maior destaque é Your Song, do hitmaker Elton John. Mas temos ainda Lady Marmelade, Children of the Revolution, Like a Virgin, The Show Must Go On, Pride, Material Girl, dentre outras. A cena chamada de Elephant Love Medley merece um bis ou uma visita no You Tube. Clássicos como Love is a Many Splendored Thing, All You Need is Love se misturam com os temas dos filmes Titanic e O guarda-costas. Heresia para alguns. Diversão para outros. Mas que vale a pena ser conferida. (O link para a cena com tradução em português é: http://www.videolog.tv/video.php?id=305231).

A interpretação de Nicole mereceu aplausos da crítica e do público. Seu empenho, inclusive, custou-lhe uma costela quebrada e o rompimento dos meniscos de um joelho. Esforços causados pelas cenas de dança. Mas que fizeram com que a atriz saísse de uma posição secundária para o estrelato. E conseguiu isso sem perder a beleza e a sensualidade que antes pareciam ser empecilhos para o êxito. Um grande , mesmo sendo um musical, como acham alguns. Para mim, o melhor filme de Nicole Kidman.

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