quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Três coisinhas de valor...



TRÊS COISINHAS DE VALOR...* - por Vicente Bezerra

Ironias à parte, um dos personagens da semana não merece o complemento ao título: Steve Jobs. Mas para ele não sair ileso, deixo essa imagem do post para manter a verve humorística do texto (né Moacir?).

Justin Bieber já foi comparado aos Beatles, pelo seu “descubridor” (com essa grafia mesmo). Na verdade, o tal de Scooter Braun, disse que ele seria superior aos mesmos. Efeitos de drogas alucinógenas à parte, Bieber pousou no país para uma série de apresentações em playback. Não sou eu quem diz isso, mas reportagens com especialistas em sonorização deduraram o fedelho. E as púberes reclamam? De forma nenhuma. As demonstrações de histeria coletiva e desespero povoaram os noticiários, sempre com um depoimento de alguma garota de aparelhos a gritar, a ponto de parecer que iria babar na câmara. Baba, baby! Freud explica. Para nossa sorte, esses “fenômenos” catastróficos musicais não duram até a adolescência. Delas. Daqui a alguns poucos anos estarão todas com vergonha de ter gritado tanto pelo Biba. Que nos digam as fãs de Menudo, Back Street Boys e asseclas.

Michael, o Jackson, voltou ao noticiário essa semana. Está acontecendo o julgamento do médico Conrad Murray, para saber se o profoprofoforproforpropolol foi dado em dose exagerada, se é que foi o doutor mesmo que deu. Mas o interessante é que, a aura de santo dada a Michael quando da sua morte foi esquecida. Explico. Quando Jackson morreu, muitas maluquices, esquisitices e outras ices dele foram esquecidas ou justificadas sob a desculpa da infância problemática que o mesmo teve. Mais de um ano depois de sua morte, precisamente agora no julgamento, mais bizarrices do astro vem à tona. Descobriu-se que Wacko Jacko (apelido “carinhoso” dado por Mick Jagger) dormia com bonecas! Foi exibida também uma foto do mesmo morto, na maca hospitalar. E ainda foi divulgada uma gravação, facilmente encontrada no youtube, em que Michael, perceptivelmente grogue, diz coisas sem sentido, frases desconexas, numa pronúncia muitíssimo arrastada. Isso fora a descoberta de que o mesmo usava uma sonda para urinar enquanto dormia. Foi dito também que Jackson estava faltando muito aos ensaios e havia grande preocupação com sua saúde e com a possibilidade do seu insucesso na turnê. Havia expectativa de um vexame nas suas apresentações. Descobriu-se, ao contrário do que mostrou o documentário “This is it”, que seria o ocaso do decadente Michael Jackson.

Tudo o que poderia ser dito sobre Steve Jobs e sua genialidade já foi dito por aí. Mas o blog também quer deixar seu registro. O gênio criativo de Jobs transformou em poucas décadas a humanidade e sua forma de comunicar-se. As invenções, as idéias dele estão ao nosso redor e influenciam diretamente o nosso dia a dia. Sem sombra de dúvida, seu nome já está no panteão que une Da Vinci, Santos Dumont, Benjamim Fanklin, Guilhermo Marconi, Cristóvão Colombo, Thomas Edison, entre outros que não me veem agora. Mas o mundo pouco percebeu outro aspecto: sua doença. O câncer ainda é um grande desafio à raça humana. Digo isto imaginando que Steve, milionário, dono de uma das maiores empresas do globo, uma mente privilegiada, teve condições e recursos que julgo serem os máximos, para tratar-se com o mais avançado medicamento, no hospital mais tecnológico possível, com os médicos mais preparados. Mas perdeu a batalha para a doença. Morre prematuro o gênio, fica a Terra órfã de mais um filho que mexeu com ela. E que venham outros. Assim caminha a humanidade.

Para encerrar, uma frase que não sei o autor, e que vi essa semana. Achei muito interessante: “Ao fim de um jogo de xadrez, rei e peão sempre voltam para a mesma caixa...”

* - Aos leitores do Zimbabue, Nova Guiné, Suriname e outras plagas, há um ditado infantil por estas terras que diz: “três coisinhas de valor: papel, penico e cocô”. E viva ao dia das crianças!

Um comentário:

  1. Muito bem Vicente. Só discordo da presença do grande Steve Jobs ao lado do Bieber e do Jackson, embora este último tenha sua parcela de "revolucionário" como foi também o mago da Apple. Ah, a frase do rei e do peão é, em sua origem, um provérbio italiano. Arrivederci!
    Moacir Poconé

    ResponderExcluir