sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Obama, Nobel da paz


OBAMA, NOBEL DA PAZ – por Moacir Poconé

Causou muita estranheza o fato de Barack Obama, presidentes dos Estados Unidos, ser agraciado com o Nobel da Paz. Como pode o chefe de uma nação em guerra receber tal honraria? Os Estados Unidos, usando o discurso da falsa democracia, colocam-se como a polícia do mundo e interferem em nações que estejam atrapalhando seus interesses.

Conforme declarou o próprio Obama, a concessão do prêmio deveria ser visto não como um reconhecimento, mas sim como um compromisso que assumiria naquele momento e do qual não poderia se afastar. Estava recebendo um verdadeiro ultimato para que desse fim a uma guerra iniciada por motivos puramente econômicos e que já durava mais de cinco anos. Mais de quatro mil soldados estadunidenses morreram na Guerra do Iraque, lutando não se sabe bem por que motivo. Uma de suas promessas de campanha foi a retirada das tropas do solo iraquiano. Essa semana houve o anúncio do cumprimento dessa promessa.

Não se tenha a ingenuidade de pensar que Obama representa a paz mundial. Muito menos que isso. Há muito de apelo popular por trás dessa medida. Pesquisas públicas mostram que a população estadunidense é contra a presença de seus militares no Iraque. Além disso, o próprio custo da operação militar é bastante elevado, até mesmo para os padrões do Tio Sam. Nesses tempos de recessão, nada mais simpático que estancar uma sangria de dólares tão abundante. O papel de arauto da paz se mostrou muito conveniente para o presidente estadunidense.

Enfim, percebe-se que a paz nada mais é que um mero ingrediente do complexo jogo político que envolve interesses muito maiores. A depender do cenário, os interesses da indústria bélica, demonstração de força perante o mundo, conquista de territórios petrolíferos são elementos muito mais determinantes nesse jogo. Obama teve a sorte de encontrar o vento a seu favor.

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