sexta-feira, 29 de abril de 2011

Casamento real. Real?


CASAMENTO REAL. REAL? – por Moacir Poconé

O Reino Unido está em festa. Casou-se hoje o príncipe William, segundo na linha de sucessão da Rainha Elizabeth. Mas há mais de quinze dias somos informados e reinformados de todos os detalhes do evento. Inúmeros programas de televisão, sites, revistas, todas as notícias parecem girar em torno do casal real. Como será o vestido da noiva? E o bolo? Será de que sabor? O que será servido nos diversos jantares? Quem está na lista de convidados? Perguntas, enfim, que confirmam a futilidade que já se espera de um fato como esse.

Tudo parece muito distante da realidade. Falar nos dias de hoje em rei e rainha parece coisa de Idade Média. É incrível que em nações desenvolvidas na Europa ainda existam pessoas que são favorecidas por pertencerem a determinadas famílias. O chamado “mérito pelo sangue” se mostra cada dia mais ultrapassado e certamente chegará o dia em que reis e rainhas perderão seu posto. Hoje existem no mundo 33 reinos, em países como Espanha, Japão e Suécia. Mas já não existe unanimidade entre os súditos. No próprio Reino Unido algumas vozes já se levantam nesse sentido, tendo em vista os altos gastos da famosa Rainha Elizabeth II e toda sua linhagem. Apenas para se ter ideia desse valor, o Parlamento inglês coloca todos os anos à disposição da família real algo em torno de 60 milhões de dólares, fora todas as vantagens e privilégios a que ainda tem direito.

Quanto ao casamento de William e Kate ainda não se tem o valor exato com as despesas. Comenta-se apenas que, por estarmos em época de crise, deve custar menos que o casamento dos pais do noivo. Não se trata de uma pechincha, já que Charles e Diana gastaram cerca de 48 milhões de dólares no acontecimento do ano de 1981. Tudo muito cheio de pompa, com gastos exorbitantes, enfim, nada que se aproxime de um matrimônio de meros mortais. Apenas os escândalos, marcados pelas traições e desilusões amorosas, trazem algum traço de realidade para as bodas reais. O que caracteriza uma verdadeira contradição. É um casamento real, mas ali a realidade ficou longe, muito longe.

2 comentários:

  1. Eu não sei o que é pior, se é ver Willian Bonner noticiar tal casamento ou Sínica Abrão ainda falar no caso Bruno. O Reino da Bretanha é cada dia mais folclórico e menos governo. O problema é que esse folclore sai muito caro aos súditos. Mas nossa "democracia" também nos é muito cara, e o dia de hoje nos lembra bem disso (entrega do IR). Enfim, belíssimo texto Moacir, nos mostrando que alguns contos de fadas, não possuem "moral da estória".
    Vicente Bezerra

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  2. podes crer Poconas!
    mó baboseira essa coisa de monarquia.

    rei só o Zico!
    kkk

    Pedro Luis Fernandes

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