sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A bolinha de papel


A BOLINHA DE PAPEL - por Moacir Poconé

“Tinha uma bolinha de papel. No meio do caminho tinha uma bolinha de papel. José Serra jamais esquecerá esse acontecimento na vida de suas retinas tão fatigadas.” Nunca na história desse país se viu tamanho estrago causado por uma mísera bolinha de papel. O candidato tucano inclusive se submeteu a uma tomografia computadorizada (!) para avaliar os danos causados pelo projétil e o seu médico disse que havia um edema na região atingida.

A farsa foi desmontada por uma câmera do SBT. Vê-se claramente o candidato atingido pela fatídica bolinha de papel, caminhando, depois de alguns minutos recebendo um telefonema e começar a passar a mal. Alguns comentários na internet inclusive levantaram a suspeita de ter sido o telefonema a causa do mal estar. Afinal, de vez em quando surgem pesquisas médicas analisando os problemas que o celular pode causar. Outros suspeitaram de traumas oriundos da infância de Serra, dizendo que o candidato não pode passar em frente a uma papelaria que desmaia. Mais precisos foram outros que disseram estar pronto o “exame de balística” da tal bolinha: teria saído de um pacote de Chamequinho, calibre A4. Em caso de vitória, aliás, o PSDB já determinou que não se faça a tradicional chuva de papel picado, pois há o risco de Serra passar mal.

Esses comentários acima e milhares de outros invadiram o Twitter com a hashtag #serrojas e logo estava em primeiro lugar dos assuntos mais comentados no mundo. Todos zombavam da malfadada encenação orquestrada por José Serra no Rio de Janeiro. O nome serrojas é uma referência feita por alguns (inclusive o presidente Lula) que lembraram do goleiro chileno Rojas que simulou ter sido atingido por um rojão em pleno jogo das Eliminatórias para a Copa de 1994. Talvez tenha sido inspiração. Afinal, José Serra é casado com uma chilena e ela pode ter sugerido ao marido que buscasse meios teatrais como o do seu compatriota para a conquista da presidência. Pena que o modelo utilizado também não obteve êxito em sua encenação.

Mas eis que surge o Jornal Nacional do dia da enxurrada de críticas à farsa montada pelo PSDB. Numa reportagem de mais de dez minutos, com análises de perito, cenas congeladas. O casal 20 do jornalismo brasileiro anuncia: José Serra não foi atingido por uma bolinha de papel. Foi um rolo de fita crepe(!). Impressionante. Agora se compreende a gravidade do fato. Afinal rolos de fita crepe são infinitamente mais perigosos que bolinhas de papel. Realmente, a vida do candidato correu grande perigo, as instituições no Brasil sofreram grande abalo e a democracia foi prejudicada e etc. etc. etc.

O goleiro chileno foi castigado. Pena: banimento da prática de futebol. José Serra foi ao médico. Recomendação: 24 horas de repouso. No primeiro caso, houve exagero. No segundo,foi pouco. O médico deveria ter recomendado quatro anos de repouso a Serra.

3 comentários:

  1. Não gostei do texto. Esse brog é formado por meletentes. Coloqui logu a bandeira do PT aí! A cada dia esse brog tá perdeno a graça.

    Vicente Bezerra

    p.s.: Excelente texto.

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  2. Uma das melhores frases que li sobre o caso: “Quando a criançada da 5ª série descobrir que tomar bolinha de papel garante 24h de repouso, vai ser uma festa”. É o Rojas fazendo escola. Mas o aluno Serra é péssimo até pra isso. Imagine quando tomar a "paulada" nas urnas!!!!! É aposentadoria na certa...

    Wanderley

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  3. Não poderia deixar de colocar essa, a melhor pra mim: “Na bolinha de papel tava escrito: 'Não se larga um lider ferido na estrada' Ass: Paulo Preto.”

    Wanderley

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