quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Paulo, Erenice e uma bola de papel


PAULO, ERENICE E UMA BOLA DE PAPEL – por Vicente Bezerra

Domingo, o segundo turno definirá o futuro do país, sendo apresentada para escolha uma volta à determinada maneira de governar ou a continuidade da atual. Ao eleitor não haverá opção de escolher uma nova forma de governo: ou será a atual ou a antiga.

Nisso, essa eleição se tornou uma batalha difícil para os opositores do PT. Como lutar contra um governo que tem mais de 80% de aprovação, segundo as pesquisas? Bater no governo Lula, e por conseqüência na sua candidata, se tornou uma dura tarefa.

Mas, quem disse que a oposição não tentou? A equipe que coordena a candidatura Serra e o próprio (além de parte da mídia de massa) colocaram nos últimos dias uma verdadeira metralhadora giratória de polêmicas, factóides e denúncias. O caso Erenice foi um deles. Esse episódio, particularmente, mancha a candidatura petista e é um fato que deve ser investigado e punido severamente. O erro do PSDB de Serra é querer jogar pedra no telhado alheio, tendo teto de vidro. Apontar uma denúncia de corrupção no governo é dever de toda oposição, mas usar tal fato para manchar o adversário e se arvorar em ser paladino da ética há uma distância enorme. Os escândalos de corrupção do PSDB são diversos e não fica bem apontar o dedo sujo para o vizinho. O povo tem memória, curta, mas tem. Um erro não justifica, nem legitima o outro. Nem torna ninguém menos ou mais ético que outrem. Quem tem Paulo Preto, não deve abrir a boca pra falar de Erenice.

Mas o Serra não parou por aí. Lembrando sua verdadeira origem (do coronelismo e antigas oligarquias), o PSDB tirou da manga uma das velhas ferramentas usadas em eleições, tipo aquelas pequenas do interior, que passam em novelas: a de “ferir” o próprio candidato, alegando ter sido o adversário, se fazendo de vítima, virar mártir e ganhar a eleição. Essa é velha. Mas como dizem por aí, a perícia fez a “bolística” e comprovou que o tiro partiu de uma arma Chamex, calibre A4. Lembraram até do Rojas! O papel (não o da bolinha) feio ficou para um canal de televisão e para o casal 20 que apresenta o jornal. Constrangedor até para quem assistiu.

No debate da última segunda-feira, pouca coisa mudou. Os assuntos dominantes foram Paulo Preto e Erenice. A bolinha, de tão ridícula, ficou de fora. Outra coisa que mudou neste debate foi a postura do Serra. O senhor calmo e polido deu lugar ao incisivo e agressivo, chegando o mesmo a chamar Dilma de mentirosa (que retribuiu o elogio em alguns momentos, mas de forma mais disfarçada).

Serra tentou no citado debate de todas as formas atacar os pontos positivos do governo Lula. Atacou o PAC, o bolsa-família (que ele diz que criou), o pré-sal (que ele disse que não existe), o Prouni (que ele criou também). Falou até que Lula e Dilma privatizaram mais que o FHC. O desespero ficou patente e latente. Não vai dar Serra. Pelo menos nessa eleição.

Um comentário:

  1. Muito bem , Vicente. Estaremos livres de Serra e da turma elitista do PSDB pelos próximos quatro anos e, quem sabe, por muitos outros. O Brasil não se resume a São Paulo. Os tucanos estão em extinção e seu habitat ficará restrito à paulicéia desvairada, que elege Tiririca, adora Maluf e se acha superior aos demais brasileiros. Moacir Poconé

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